quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Breve oração



[Breve oração ao anoitecer do fim de 2020]


Agradeço-Te

a aprendizagem 

de cada segundo vivido neste ano


Entrego-Te

cada pessoa de A a Z

e

a luminosa aprendizagem

a viver em cada segundo de 2021


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Sensatez



[Pensamentos soltos sobre sensatez ou falta dela em tempos de pandemia com a vacinação a acontecer] Nos meus tempos de Ergonomia tive cadeiras como Anatomofisiologia, Psicofisiologia, Bioquímica e Biomecânica. Recordo bem o estudo das diferentes matérias de anatomia e fisiologia. Denso que doía, mas que em nada se poderia comparar ao muito mais exigente de enfermagem ou medicina. Quando recordo esses tempos, e depois de já ter vivido muito crescimento pessoal, assola-me a humildade em reconhecer o pouquíssimo que sei para comentar sobre temas científicos ao nível médico e bioquímico-farmacêutico. Mas não deixo de me indignar quando leio comentários e posts de alta sapiência conspirativa, reduzindo pessoas que dedicam anos à investigação e experiência em cuidados de saúde a, e com o que tenho lido vou ser suave, “totós”, “cambada de mentirosos”, “vendidos do governo”, “conjurados com as farmacêuticas para ganharem mais”. 


Tenho amigos muito próximos que trabalham em investigação científica, contudo, bastaria parar um pouco para ver como milhares de médicos e enfermeiros pelo mundo fora regozijam-se com a chegada da vacina, estando mesmo a ser vacinados. Serão todos uma “cambada de ignorantes” e “vendidos a interesses megalómanos”? Não significa isto que se viva dogmatismo cego. A crítica faz parte do método científico, as teorias podem ser refutáveis. E eles sabem disso. Mas tem de haver uma base de confiança e credibilidade em quem investiga e de certeza percebe mais do assunto do que alguém que lê algumas notícias e vê vídeos soltos no YouTube. Estes tempos pedem reflexão, sim. Que seja a partir não da competição, mas da colaboração das diferentes áreas. 


Reconheço haver interesses políticos e económicos ante tudo isto. Mas o combate a estes interesses não acontece por acusações e ataques de baixo nível, aliado a negacionismo reactivo, mas estudo, muito estudo, de história das diferentes áreas científicas, das teorias e métodos distintos, da prática aliada à experiência, de ética, de reflexão, onde se ganha sensatez argumentativa séria. E se não se sabe de algo,  haja humildade e procure-se pessoas de credibilidade e sensatez que ajudem ao caminho de sabedoria. 


domingo, 27 de dezembro de 2020

Dia de Sagrada Família




Henrique Cepeda


[Secção pensamentos soltos em dia de Sagrada Família e que começou a vacinação ao vírus pandémico] A família é base de relação. Independentemente do tipo de família, é desde aí que se recebem as informações que também constituem o nosso ser. Depois, a cultura, em aprendizagem, traçam caminhos de personalidade. Os vínculos são complexos, causando alegria, tranquilidade, também sofrimento, por vezes. O Amor tanto implica.


A família de Jesus revela a profunda humanidade em Deus. A relação que O ajudará a conhecer a realidade para a levar ao Pai. Diz-nos S. Lucas que crescia em estatura, sabedoria e graça. Jesus não negou o conhecimento, pelo contrário, adquiriu e viveu-o em relação com a fé. Algo que me parece importante na actualidade que vivemos. Não se trata de opostos, nem de lutas de lugar, mas de cooperação, colaboração, trabalho em equipa. O Amor implica tanto.


Escolho esta foto, de uma família com quem tenho muita amizade, para ilustrar este texto. Abençoei o casamento, baptizei os filhos. A Juliana, enfermeira. O Gonçalo, militar. Eu, padre. A amizade na colaboração entre a ciência, a segurança e a fé. A família que já viveu muito. Por exemplo, o Gonçalo já esteve destacado no Afeganistão. Neles, com todos os desafios de família, revejo o Amor que implica tanto. Os seus laços de família também ganham sentido na fé e no serviço aos outros pela ciência e pela segurança. Hoje, em dia de Sagrada Família, começou a vacinação. Para muitos, será algo de ciência pura e dura. Outros, dirão graças a Deus. Há ainda quem negue tudo. A meu ver, que bom que a inteligência e a fé, em diálogo crítico, podem ser colaboração de humanização. O Amor, realidade tão humana e divina, implica tanto.


sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Natal


[Secção bons encontros em Natal] Mãos, devidamente desinfectadas, como abraço em Natal. Deus faz-se presente em corpo. É o que celebramos hoje. Sabemos dessa importância fundamental nas relações. Somos corpo e a vida particularmente aí acontece. O meu pai das muitas coisas que me ensinou foi o preocupar-me com os outros. Como? Dando o exemplo. Hoje, no nosso encontro, ainda em hospital, mais do que falar dele, perguntava-me por pessoas amigas. “Eu já sei o que tenho de fazer. Aceitar e ir aos poucos reabilitando. Tenho tempo para pensar nas pessoas.” Não disse, mas sei que é o seu modo de rezar. E, emocionado, agradeci. É Natal nestes pequenos momentos. O Menino Deus nasce para mostrar a beleza das pequenas coisas. Que saibamos perceber onde investir no Amor. Com o exemplo do meu pai, rezo a pedir Luz do Menino Deus para cada pessoa. Continuação de Santo, Feliz e Bom Natal.


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Breve oração



[Breve oração ao anoitecer]


Agradeço-Te

todas as visitas que apontam infinito,

permitindo reconhecer o bem 

e as Tuas maravilhas


Peço-Te

sensibilidade e confiança 

para acolher o desconhecido


segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Caminhos de humanidade


[Secção caminhos de humanidade] Acabo de assinar a declaração “A santidade da vida e a dignidade de todas as pessoas”. Esta declaração inter-religiosa, entre outras coisas, reconhece o sofrimento causado pelos ensinamentos religiosos nas questões LGBT+, pede perdão a quem viu as vidas danificadas e perdidas por motivos de ensinamentos religiosos, crê que o amor e a compaixão devem ser a base da fé e que o ódio não pode ter lugar na religião e apela tanto ao fim da criminalização com base na orientação sexual (ainda há países que é motivo de pena de morte), como ao fim de todas as “terapias de conversão” de identidade sexual. 


Já tive oportunidade de escrever uma ou outra vez sobre o caminho de respeito, em particular no campo da fé, ante a realidade  de pessoas de condição LGBT+. Escutei  e escuto muitas histórias deste sofrimento em acompanhamento. Algumas sobre estas “terapias” que fizeram e tristemente continuam a fazer muito mal, ainda mais apoiadas em contexto religioso. A mudança ou conversão devem ser ajudar a que a pessoa, seja qual for a sua condição, seja melhor para os outros. O amor entre duas pessoas não precisa de conversão. Quem precisa de conversão é quem se aflige com problemas ante o amor.


Quem quiser conhecer o projecto e assinar, aqui fica o link: https://globalinterfaith.lgbt/#about


domingo, 20 de dezembro de 2020

Olhar para este Natal


Carmo Sousa Lara


[Secção pensamentos soltos em IV Domingo de Advento] Os dias que antecedem o Natal costumam ser agitados. Os afazeres, compras e afins de última hora, junto com preparativos de viagens e jantares para justificar as relações nas empresas. Este ano, dá-se vazio. Tudo é estranho.


Tanta mudança se quer, saindo do “sempre foi assim”. Mas quando há oportunidade, ainda que brutalmente forçada, é como se se perdesse os alicerces que estruturavam estes dias do ano. Custa, sim. Muito, em tantos casos. No entanto, mais do que deixar o desânimo entrar, abre-se a possibilidade de abrir mão a algo novo, voltando ao essencial: a luz a atravessar toda a escuridão.


Deixar de forçar felicitações para agradar e ser autêntico nas palavras e gestos promotores de vida e respeito. Gastar menos no supérfluo e mais na entrega a quem passa por dificuldades. Perder medo ao silêncio de jantares mais recolhidos e avivar a beleza das conversas que contribuem para que todos sejam escutados e amados. E o vazio, preenchido de esperança, transforma a estranheza dos tempos em oportunidade de encontro, consigo mesmo e com os outros.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Criar é humano


[Secção coisas de nada] Recordo a viagem em que tirei esta fotografia. Detive-me a pensar que com mais frequência surge o “errar” como sendo humano. Gostei de ler “criar”. A experiência de nos sabermos humanos é exigente. O animal pode errar, mas não cria. Nós, com a capacidade de abrir horizontes, em sonhos, desejos, utopias, somos desafiados a construir, colaborar, desde a criação de algo novo que faça aproximar humanidade. A exigência também reside no silêncio da respeitosa escuta de si e dos outros. A inspiração para a criação vem da relação com o concreto que nos rodeia: pessoas, acontecimentos, situações. O simples pulsar coordenado com os movimentos respiratórios dá-nos sentido de presença. Aqui estou em corpo. A criação dá-se desde o momento em que pomos os talentos, não os erros, a render. E que bom é quando os dons são avivados e a criação humana brota desde a colaboração.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Conversa com Paula Perfeito


[Coisas na vida de um padre] Estive à conversa com Paula Perfeito. Por ainda não ter havido a oportunidade de partilhar essa conversa on-line (ficou prometida a pessoal), aqui a deixo. Falámos de 2020, de Natal, de ser. A Paula tem o belíssimo projecto Entre | Vistas, onde, além de boas conversas, vai também partilhando livros e histórias de humanidade para humanizar. Aconselho muito a seguir. O mundo on-line ganha luz com estes projectos. E para mim é uma honra contribuir para este. Paula, mais uma vez, muito obrigado pela tão boa conversa. Aqui fica o link para a conversa: https://www.entre-vistas.pt/padre-paulo-duarte-entre-vistas/ 


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Dar mais um passo no que importa


Kátia Viola


[Secção boas notícias com pensamentos soltos] Os últimos dias têm sido de muito a passar pelo pensamento e pelo coração. O Advento abre à esperança do mundo novo. Talvez se idealize algo exterior, mas parece-me cada vez mais a força do mundo novo ao nível das entranhas, do ser. Desde aí, o exterior muda, ou pelo menos o olhar e a escuta ante a realidade muda, transforma-se, converte-se. O Natal acontece sempre. De forma diferente, mas acontece sempre que estejamos dispostos a iluminar nova realidade, mesmo, ou talvez sobretudo, com os sobressaltos inesperados.


Agradeço todo o carinho pelo meu pai. Ele avança na recuperação. Temos conversado. O seu humor e a sua tranquilidade ante a vida levam-no a aceitar o que agora atravessa. É exigente. Manifesta o cansaço, sim. Mas, ainda assim, vai avançando neste caminho novo de nova realidade na sua vida. Tenho muito orgulho no meu pai. E na minha mãe. A serenidade com que está a viver tudo isto, onde a visita se faz pela voz ou video-chamada, e a aceitação junto com o desejo de vida um ao outro, fazem-me sentir pequeno e agradecer o amor dos dois. Eles, sem o saberem, têm-me falado tanto de Deus nestes dias. Têm-me revelado Advento no concreto.


É isso: cada ano, por esta altura, pergunto que algo novo quero que nasça em mim. A pergunta deixa de ser algo bonito para ganhar corpo e sentido no crescimento que se impõe. Todos os acontecimentos podem ser levados ao coração. Aí, no silêncio do respeito de todo e qualquer sentimento, ilumino o que é, permitindo que Deus me mostre algo novo. Torna-se claro que passa pela simplicidade, como o “orvalho que cai do céu”, caindo na terra que somos, pronta a deixar brotar maturidade e sentido de presença, no aqui e no agora. E, quase sem dar conta, dá-se mais um passo no que realmente importa: amar.


domingo, 13 de dezembro de 2020

Breve oração




[Breve oração ao anoitecer do III Domingo de Advento]


Agradeço-Te

a alegria contida 

nas pequenas coisas


Peço-Te

pequenez para a saborear


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Boas notícias em letras verdes


[Secção boas notícias em letras verdes] Começo por agradecer mais uma vez cada mensagem de alento e apoio que estamos a receber. Agradeço muito também a compreensão por não conseguirmos responder a todas as pessoas. Custa, ainda mais quando o aconchego recebido é muito bom. Por isso, faço desta fora por aqui. Especialmente o meu pai está muito agradecido. Têm sido dias exigentes, mas cada um de nós está muito sereno. Já regressou a Portimão. Avizinham-se tempos de muito trabalho na reabilitação, sobretudo ao nível motor, e de acompanhamento por parte da minha mãe. O que vale é a especial boa disposição do meu pai. Quem o conhece, pode imaginar o seu bom humor. Ontem, na video-chamada, disse que estava no Egas Moniz, mas ainda não tinha encontrado o Becas. E terminou a salientar que “o Sporting é o meu grande amor”, isto porque já gostava do clube antes de conhecer a minha mãe. Agradeço toda a dedicação de quem trabalha no SNS. E à auxiliar que ontem atendeu o telefone e uma colaboradora do INEM, que me disseram seguir-me por estes lados, um abraço muito grande. Também rezamos por todos vocês. Que Deus vos recompense por todo o carinho e amizade. Abraço grande e demorado de nós três.


terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Boas notícias



[Secção boas notícias em dia da Imaculada Conceição] Começo por agradecer de todo o coração todas as manifestações de carinho para com o meu pai, a minha mãe e comigo. Agradeço, novamente, os médicos, enfermeiros e auxiliares, na dedicação e paciência, ainda mais nestes tempos de aumento da exigência.


Se pedi e peço orações e pensamentos, também sinto responsabilidade em partilhar já as boas notícias. Falei há pouco com o meu pai, via whatsaap do hospital. Ele está consciente e orientado. Não afectou em nada a parte cognitiva. Está bem disposto, humorado ao seu estilo. Ainda está bastante afectado na parte motora do lado esquerdo. Não  tem consciência disso, o que é natural, neste momento. Vai sendo aos poucos. Mas, com a reabilitação poderá ficar sem marcas praticamente nenhumas. Agora é continuar a esperar em esperança, como o Advento convida.


Fiz uma rápida paragem em Fátima para agradecer. Acendi três velas, enquanto rezei: pelos meus pai e mãe; por todos os doentes e profissionais de saúde; e por todos vocês, agradecido por todas as manifestações de carinho. Que Deus a todos nos abençoe com a Luz e o Amor. Um abraço grande e demorado.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Pedido de orações




[Secção letras verdes com agradecimentos e pedidos de orações ou pensamentos] Toda a vida é caminho com passos que surpreendem. Ontem aconteceu com o meu pai José, com impacto connosco, mãe Maria e filho Paulo. Ele teve um AVC. A minha mãe é pequenina de tamanho mas mulher de grande fibra. Deu-se conta e chamou logo o 112. Temos muito a agradecer - nunca é demais fazê-lo - às equipas médicas do SNS, tanto em Portimão, como Lisboa, para onde foi transferido. Não gosto de os expor desta forma, mas estão a chegar muitas mensagens e comentários, alguns apaguei e agradeço a compreensão, a perguntar o que se passa. Por isso achei por bem partilhar desta forma. Nos próximos tempos estarei mais ausente, dando notícias quando for conveniente. Peço as vossas orações, a quem é de rezar, e os pensamentos bons, quem é de sentir assim, por ele e pela minha mãe. Por imensos pormenores luminosos em tudo isto, tenho sentido muito a presença de Deus, dando-nos serenidade à minha mãe e a mim. Termino a agradecer mais uma vez toda a vossa compreensão e respeito neste momento. Continuo a rezar por quem atravessa fragilidade. Um abraço demorado, com muita amizade.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O amor que cria




[Secção pensamentos soltos no dia de S. Francisco Xavier em tempo de Emergência Nacional] Estes dias tenho buscado de forma particular o silêncio para me encher de luz e amor. E assim ganhar espaço de coração para a escuta das palavras e dos movimentos que falam da agitação destes tempos, tentando dar paz. Recebo este modo de evangelizar, enquanto penso em S. Francisco Xavier que foi além fronteiras, anunciar a força do amor de Deus.


Ainda me está a ecoar algo bonito que o meu afilhado Francisco me disse ontem: “se há coisa que não gosto nada é quando alguém diz ‘bem feito’ a outra pessoa que lhe aconteceu algo de pouco simpático”. É isso! De que adianta dizer esse bem feito vingativo? É libertar energia de frustração. Apenas isso. Faz tanta falta a educação emocional, em que cada pessoa pode conhecer-se desde as emoções. Ao perceber isso, sairia das fronteiras da sua agitação interior, de cansaços, tristezas, raivas e frustrações acumuladas, sendo capaz de se ir libertando e assim perceber o imenso que tem desde o verdadeiro bem que pode fazer. Sim, sei, lá vem a minha ingenuidade, mas acredito que se cada pessoa atravessasse as suas dores de alma, mais vida aconteceria em colaboração uns com outros. O cansaço de combates de existência tem efeitos duros, perversos, que nos desgastam. “O ódio é fogo como o amor, mas o amor cria e o ódio nos destrói”, disse José Mujica, no seu discurso de despedida do parlamento uruguaio.


Para não seguirmos na destruição: Precisamos da Educação. Precisamos da Saúde. Precisamos da Cultura. Precisamos da Arte. Precisamos da Restauração. Precisamos das Viagens. Precisamos do Turismo. Precisamos da Indústria. Precisamos da Agricultura. Precisamos da Política. Precisamos do Ambiente. Não a competirem, mas a colaborarem. Precisamos de reflexão séria, onde, desde a possível distância, depois de libertar o emocional, se pense várias frentes em conjunto a sociedade na riqueza da sua diferença. S. Francisco Xavier tinha tudo para ser um homem de grande fama e poder. “De que vale ganhar o mundo inteiro se se perder a alma”, foi o versículo que levou a perceber que há algo mais importante que poder e fama: anunciar o amor que cria. 


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Breve oração



Pedro Leite


[Breve oração ao adormecer depois de um dia de boas conversas]


Agradeço-Te

o olhar desde o bem

a desvelar esperança 


Aveludado de pétala



[Secção coisas de nada a meio do dia] Assaltam-me perguntas a passar em revista os jornais. Até me atravessar o silêncio da alvura de uma camélia. Relativizo os gritos e acolho os nomes por quem rezo. O aveludado da pétala em luz desperta a esperança.