domingo, 31 de dezembro de 2006

Balanço


O ano que hoje acaba foi um dos melhores da minha vida. Aconteceram muitas coisas que nunca imaginei serem possíveis. Sinto que Deus esteve do meu lado e me acompanhou em 2006, fazendo com que o meu caminho fosse percorrido sem sobressaltos. Não quero que o ano acabe sem agradecer a todos os que estiveram ao meu lado durante estes 365 dias. Obrigado por partilharem comigo as minhas alegrias, tristezas, angústias e explosões. Obrigado a todos por um ano fantástico!
Encontramo-nos em 2007. Que seja tão bom como o ano que hoje termina.

sábado, 30 de dezembro de 2006

Coisas que se ouvem na rádio e que, subitamente, fazem muito sentido em vésperas de novo ano

"Will I find salvation in the arms of love?
Will it stop me searching?
Will it be enough?"


Mel C in 'First Day of My Life' (sim, eu ouvi esta música!)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Leituras

Francisco Xavier - O Aventureiro de Deus

“Francisco Xavier, nascido em 1506, companheiro de Inácio de Loyola na fundação da Companhia de Jesus, tinha trinta e cinco anos quando partiu para o Oriente, a pedido de Dom João III, aproveitando as naus que faziam a rota das especiarias, com os olhos e o coração postos na realização do seu grande sonho, propagar a fé cristã até aos confins do mundo, por terras da Índia, da Indonésia e do Japão, até às portas da China.
Desde os pescadores de pérolas do sul da Índia aos eruditos monges budistas do Japão, no meio de tempestades, piratas, comerciantes e capitães mais ou menos corruptos, governadores, amigos e inimigos, o seu firme ideal, a pregação do evangelho, mantinha-se sem vacilar. O cansaço, a solidão e a tensão das grandes decisões, tudo isso também o acompanhava.
Uma aventura fascinante, de uma surpreendente actualidade, que, à distância de quinhentos anos, nos faz entrar no complexo mundo do século XVI, na vida quotidiana, na política, no comércio, no mundo globalizado, nas relações e nas fronteiras inter-religiosas e interculturais desses tempos.”

Vasco Pinto de Magalhães, s.j.
"Francisco Xavier - O Aventureiro de Deus"
de Pedro Miguel Lamet
Edições Tenacitas
Ano de Edição: 2006
Nº de Páginas: 605
Tradução de Fátima Regageles

domingo, 24 de dezembro de 2006

Noite Feliz...




"Nasceu-lhe então o menino, que era o seu primeiro filho. Envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, por não conseguirem arranjar lugar em casa. Naquela região havia pastores que passavam a noite no campo, guardando os rebanhos. Apareceu-lhes um anjo, e a luz gloriosa do Senhor envolveu-os. Ficaram muito assustados, mas o anjo disse-lhes: "Não tenham medo! Venho aqui trazer-vos uma boa nova, que será motivo de grande alegria para vocês e para todo o povo. Pois nasceu hoje, na cidade de David, o vosso Salvador, que é Cristo, o Senhor! Poderão reconhecê-lo assim: encontrarão o menino envolvido em panos e deitado numa manjedoura."
Evangelho Segundo S. Lucas, 2

É Natal


Bom Natal!

Tecendo sem esperar Ulisses



Há anos que não fazia tricot. Mas outro dia lá andava eu à procura de presentes que gostasse de oferecer e dei com uma loja de lãs em Mafra, daquelas muito desarrumada, em que se pode ir às prateleiras e experimentar as meadas, sentir o macio, pedir uma amostra, tirar um montão delas para ver se a mistura resulta. Estive que tempos a conversar com a senhora da loja, que tricotava pacientemente enquanto eu deambulava pelas prateleiras. Medi o tempo que faltava até ao Natal, e destinei logo ali os casacos em lã grossa que podia fazer.

Soube-me mesmo bem recuperar os gestos com as agulhas, mudar de ideias à medida que ia crescendo o trabalho, inventar combinações... E soube-me sobretudo muito bem ir pensando demoradamente em quem cada prenda se destinava. Não sei se saiu mais barato, mas cada laçada deixou-me mais presa às pessoas de que gosto. E, além disso, os casacos não ficaram nada mal!...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

O meu espírito de Natal

Pressão

Mistério(s)...



“Deus fez-se homem, para que o homem se faça Deus”
Sto. Atanásio

Já há muito que gostaria de escrever algo sobre o Natal, mais precisamente sobre o mistério da Encarnação de Deus. Não me ocorria nada em concreto, até ler um comentário que me foi feito no razões do não. O comentário fez-me pensar e bastante.


Já manifestei no Ser Corpo… e no Coisas… uma pequena visão pessoal sobre Deus… Gostava de a aprofundar…


Nos nossos dias, olhando em redor, parece que Deus e Mundo não conjugam. Parecem duas esferas sem relacionamento, sendo uma delas, a divina, intransponível. Se Deus é assim, impessoal e intransponível, a partir deste momento sou ateu. Neste deus não acredito, porque perde todo o sentido mais profundo da relação. Quando comecei a pensar seriamente na minha vocação, percebi que teria de mudar a imagem de Deus. Afinal, o tal Todo-Poderoso, assume a condição humana, tornando-se homem… Na verdade tal acontece, porque uma mulher dá um sim. A sua entrada no mundo não é imposta, é solicitada. Tal é o respeito, que espera pelo sim de Maria.


Jesus nasce da casa de David, segundo nos diz a Escritura. Se formos ver a Sua genealogia, não encontramos pessoas, à partida, muito dignificantes. Ali encontramos uma prostituta, uma mulher adúltera, um assassino, no meio de outros, com mais virtude aos olhos de muitos. O Deus que acredito, faz questão de conhecer a condição humana até à medula… Sem entrar em pormenores, o nascimento de Jesus dá-se na total simplicidade tendo sido deitado numa manjedoura, de um estábulo de animais. Deus, o Todo-Poderoso, por vicissitudes das circunstâncias nasce num estábulo… Os primeiros a reconhecê-lo são os pastores, os marginalizados que viviam fora da Cidade… Outros exemplos podem ser dados para mostrar que, afinal, o Todo-Poderoso não nasceu para uma elite, ou apenas para alguns, mas para todos… E para que todos se tornem um com Ele. Claramente Deus convida-nos a um processo de divinização, só isso é que faz sentido… Ser cristão é ser Cristo!


Na actualidade o Natal é vivido como um simples encontro familiar, onde Deus não entra muitas vezes. Corro o perigo da generalização, mas é o que vejo. Penso que a Igreja tem responsabilidade nisto. Devemos ser os primeiros a mostrar a encarnação com as nossas vidas. A Igreja, se segue os passos de Cristo, deve no seu íntimo, ser a primeira a acolher, sem condenar ninguém. A Encarnação acontece para todos. No comentário é referido entre muitas coisas a falta de respeito pelas mulheres, pelos homossexuais. Refere ainda as incoerências e demagogias em que caímos quando defendemos uma posição. Percebo este comentário. De facto, nós Igreja não temos sido muito acolhedores em relação a algumas pessoas, muito pelo contrário, acabamos por catalogá-las, metendo-as num saco de “coitadinhas” a viverem a sua limitação… Isto não é encarnação. Há pessoas revoltadas connosco e nos dias que correm não lhes interessa o que possamos dizer. E eu percebo que tal possa acontecer…


A Encarnação é um acolhimento, por um lado da humanidade que diz sim à divindade, por outro a divindade que diz sim à humanidade. Como viver isto? Há que escutar a pessoa concreta com a sua história num acolhimento constante. TODOS nós já fomos salvos, precisamente porque Deus encarnou, morreu e ressuscitou. Sim, é preciso a fé… Mas é preciso mostrá-la com obras e com gestos concretos de encarnação. Como é que podemos exigir que alguém entenda a consagração do pão e do vinho; os sacramentos; as celebrações; se não dermos a mão ao problema da pessoa concreta? Se não acolhermos a pessoa tal como ela é com esta ou aquela característica? Consagrei-me (algo que não me eleva a nenhum estatuto especial) porque acredito num Deus Humano, em Jesus, que veio para Salvar, convidando a que todos sejam um, como Ele o é com o Pai (cf. Jo 17,21) … Afinal, Deus fez-se homem para que o homem se torne Deus


Um Santo Natal para todos! Que Ele Encarne nos nossos corações...


terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Desejo de suspender o tempo


José Dias Coelho tinha 38 anos quando foi morto (1961). Dividido entre a Arte e a Política optara por esta, o que significava, então, passar a viver na clandestinidade.
"É ainda de afectos que falam os seus retratos. Mais do que uma simples representação eles traduzem o seu desejo de suspender o tempo, tornar presente a ausência, perdurar os afectos para além do tempo. Fixá-los numa imagem «viva». Porque a sobrevivência se consegue pelos elos afectivos. Que induzem a diálogos interiores. Que constroem uma cadeia colectiva de outros afectos. E de valores. Valores e Afectos que se pretendem imunes à morte. Intemporais. "
Zeca Afonso, escreveu e cantou até ao fim, a canção A Morte Saiu à Rua, ao pintor dedicada.
Imagem retirada daqui.

Alienação


Migrar para Sul

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Bethânia




"Mar de Sophia" e "Pirata" são os nomes dos dois (DOIS!!) novos cd's de Maria Bethânia recentemente editados no Brasil. Apesar da globalização, estes magníficos discos ainda não estão à venda em Portugal. O.Insecto teve a sorte de poder contar com a generosidade de uma irmã recentemente regressada do Brasil. Na mala vinham estes presentes e, depois de uma atenta audição, devo dizer que foram os melhores presentes musicais que recebi nos últimos tempos (excepção feita ao meu novo IPod)!.
"Em Mar de Sophia, as preciosas palavras ditas por Bethânia vêm embebidas na maresia. Aliás, não só as palavras. A cantora parafraseia, e toma para si, os versos da portuguesa Sophia de Mello Breyner: “O mar, metade de minha alma é feita de maresia”. Aqui, o canto, a fala, a alma da intérprete... Tudo exala maresia. Assim, os textos da poetisa funcionam como pontes que unem os vários mares contidos na essência criativa de Bethânia. E a revelam, seqüencialmente. Neste Mar de Sophia, Bethânia dá vazão as suas memórias e paixões para construir uma narrativa pontuada pela coerência, e banhada pelas águas da simbologia que alimenta lendas, mitos e histórias. A poesia lusitana de Sophia de Mello Breyner alinhava e costura o discurso concebido por Bethânia, adaptando-se harmoniosamente à diversidade de subtemas abordados no disco."
Curiosos? As palavras não são minhas são da editora "Biscoito Fino". Mas é isso mesmo, "Mar de Sophia" é o encontro da voz de Bethânia com os textos da nossa Sophia. Sublime!
"Em Pirata, Bethânia assume a persona de uma menina do interior para quem o mar, assim como o céu, é uma vaga e inalcançável imensidão azul com que dialoga em pensamento. Menina que não conhece o mar, mas que tem na água doce um espelho, um prisma pelo qual absorve e alcança os meandros de um universo que a rodeia. Pirata é fruto das memórias da cantora, que sempre teve fascínio por rios, cachoeiras e toda a vida que se desenvolve sob e em volta das águas. Neste disco, Bethânia nos apresenta um relicário de momentos fundamentais da cultura popular brasileira, além de canções inéditas e de compositores clássicos em sua voz. Assim, Pirata é um disco repleto de pequenas histórias que transmitem, em uníssono, o conceito do disco. É o diálogo entre a menina santamarense e a intérprete atemporal que, na verdade, coexistem uma na outra."
Sendo um disco diferente, "Pirata" podia muito bem ser o lado B de "Mar de Sophia". Estou mais uma vez rendido a Bethânia. Não sei quando chegam a Portugal estes discos, nem sei se vêm a tempo do Natal, mas recomendo vivamente a todos os que se habituaram à voz da Bethânia, a boas canções e a excelente poesia.

Ezekiel 25:17 among others

The path of the righteous man is beset on all sides by the iniquities of the selfish and the tyranny of evil men. Blessed is he, who in the name of charity and good will, shepherds the weak through the valley of darkness, for he is truly his brother's keeper and the finder of lost children. And I will strike down upon thee with great vengeance and furious anger those who would attempt to poison and destroy my brothers. And you will know my name is the Lord when I lay my vengeance upon thee.

sábado, 16 de dezembro de 2006

Parabéns Pedro

A Betsy Boop pediu ao o.insecto para mandar os parabéns ao Pedro. Aqui estamos a servir de mensageiros... MUITOS PARABÉNS!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

O Poder da arte


A TSF está com uma campanha engraçada. O facto é, nunca pensei vir a gostar de ver um dos senhores que lá aparece em alguma coisa (par com a Joana A. Dias) ... moral da história: até dos piores se consegue retirar algo positivo.

O meu primeiro presente

no original,
Extension du domaine de la lutte
de Michel Houellebecq
Título perturbador.

A Arte dos Presentes


"Nem tudo o que é antigo tem que ser caro". Foi isto que disse ao Álvaro Roquette quando ele me falou na ideia de fazer, no seu antiquário, uma venda especial de objectos antigos que fossem bonitos, bons e baratos. A ideia pegou e a partir da próxima terça feira, dia 19, mesmo a tempo do Natal, vai ser possível comprar antiguidades dos 10 aos 250 euros. Garanto que convem não perder, principalmente aqueles que preferem oferecer coisas diferentes aos amigos. Tudo com muito bom gosto!
É no número 34 da Rua do Monte Olivete, ali no Principe Real. De terça 19 a sábado 23 de Dezembro, das 16 às 22h.

Pecados mortais

Vanity, Vanity,
My favorite sin

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Unreal ~ Sidewalk cartoon


O projecto de Bernardo Sassetti com o grupo Drumming, intitulado "Unreal Sidewalk Cartoon", que hoje sobe ao palco do Teatro São Luiz, em Lisboa, surge com a ideia base de reunir vários instrumentos de percussão - orquestral e étnica e tendo como tema principal (ou guião) uma história insólita, de humor satírico, sobre o universo da música e das experiências científicas na península de "Quasi-Algures".
As personagens que se cruzam ao longo da narrativa são ilustradas por inúmeros instrumentos de percussão e alguns solistas convidados. Da mesma forma, todos os desenvolvimentos circunstanciais da história são representados pelos vários ritmos compostos para este projecto - ainda que, por vezes, possam ter um carácter abstracto.


Unreal ~ Sidewalk cartoon
Teatro São Luiz
14,15,21,22 e 23 Dez
21h00

Música original e arranjos:
Bernardo Sassetti

Intérpretes ao vivo:
Drumming [GP], Perico Sambeat, Alexandre Frazão, José Salgueiro, Rui Rosa, Bernardo Sassetti e músicos convidados

Participação especial:
Beatriz Batarda

Filme/cartoon musical realizado por:
Filipe Alçada e Bernardo Sassetti

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Migalhas


"O “flagelo do aborto clandestino” foi considerado argumento principal, apesar dos escassos e incompletos dados oficiais mostrarem um número reduzido de internamentos por complicações de aborto fora do quadro legal (1426 internamentos em 2004, 89% por aborto incompleto ou retido, apenas 56 infecções e ausência de mortalidade; dados da Direcção Geral de Saúde). Foi-nos repetidamente perguntado se queríamos “mandar as mulheres para a prisão”. Contudo, as poucas mulheres julgadas até hoje tinham todas abortado com mais de 10 semanas de gravidez e daí não resultaram penas de prisão. "
Parece que foi publicado hoje no Público (escrito por um pediatra) e transcrito aí por uns blogues. A pergunta é, o que pensar quando alguém defende o Não e fala com esta secura, desprezo da vida.
Aviso: este post não é sobre a IVG. É sobre o carácter humano.

Anna Netrebko em Violeta


É a volúpia!
(Para ouvir, ver e comprar)

Murder she wrote


Ao som de Charles Aznavour


She - Quando mudar de emprego para um sitio onde me paguem bem, a primeira coisa que eu compro é um Vison!
Incrédulo - Um casaco!?!?!?
She - Claro querido, queria o quê, um bicho lá em casa... ?

Post Já vai sendo tempo de Assumirmos o nosso lado da Lua


O Povo Português é dos mais femininos do Mundo. Lá se vai o marialvismo/ machismo latino às urtigas. Aliás, estou absolutamente convencido que esta necessidade de imposição de conduta hormonal é reacção ao seu perfil feminino. Não temos nada de nos ofender, somos assim porque a natureza e Deus o assim quis.
Uma das razões para esta classificação, é esta, mostrarmos o que sentimos. Por oposição temos a figura do macho bem armado, do que foi feito exclusivamente para trabalhar ou alimentar a casa, bem patente num ditado da Terra Nova, mesmo lá em cima, onde as condições ditaram a masculinização da sociedade. "Um frigorifico vazio e um prato cheio é problema do Homem, um prato vazio e um frigorifico cheio é problema da mulher". Tout court e sem interferências.
Ou nas sociedades anglo-saxónicas, onde a orientação é o Eu, o Sucesso pessoal e a auto-realização, fortemente orientados para objectivos e o seu cumprimento. Reconhecem estas caracteristicas tão pouco portuguesas em algum dos nosso lideres? Por oposição, Guterres é do mais feminino que existe, metas e objectivos é coisa que não existe mesmo. Queremos é relações fortes e humanas, o povo contente mesmo que à custa do déficit.
(to be continued)

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Munch


Gosto mesmo deste serviço. A google mais uma vez, inventiva, pega no aniversário de Munch e presta um serviço inestimável ao mundo. Hoje milhões de pessoas vão ver e rever o Grito. talvez, ganhar curiosidade para ir atrás de mais.

Estranha é a cor do céu. Hoje avança-se uma explicação para a mesma. Naquele tempo, nos antipodas da europa, uma violenta erupção vulcânica assolou todo o sudoeste asiático, uma nuvem pesada cobriu o céu durante meses chegando à Europa. Crê-se hoje ser esse o fenomeno que vislumbramos no Grito. O resto, não me interessa, admiro ao longe, gosto de pensar que não partilho a frieza nórdica capaz de tamanha loucura.

Fátima Campos Ferreira





O.Insecto descobriu neste vídeo de cerca de 10 minutos uma verdadeira pérola televisiva. No meio de uma série de cenas que só vêm confirmar aquilo que todos nós sabemos acerca dos portugueses, existe uma situação que envolve Fátima Campos Ferreira e uma mosca. É aos 5 minutos e 30 segundos e é genial. Depois de vermos percebemos perfeitamente o "Prós e Contras". Enjoy!

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

sun flower moon




Puro prazer para os olhos e para o espírito, este espectáculo da companhia de Moses Pendleton MOMIX. No casino de Lisboa, pouco mais de 1h de dança, acrobacia, ilusionismo, seja o que for que lhe queiram chamarm, sendo que cada uma delas é sempre pouco. Já imaginaram 4 bailarinos a fazer de espuma do mar - e a conseguir?? Simplesmente fantástico, uma coreografia surpreendente e a prodigiosa imaginação de fazer magia com as ideias mais simples. Um bom momento.

Consumismo

Não é que O.Insecto tencione gastar muito dinheiro em presentes de Natal, que agora temos uma casa para pagar. Em todo o caso, e porque há gente mais generosa que outra, aqui fica a primeira sugestão de presente de Natal. O.Insecto já tem, gosta e recomenda.



Para ouvir "La Cantina - entre copa y copa" pode tomar-se como ponto de partida Chavela Vargas. Sente-se a sua presença em muitos momentos deste trabalho. Feita esta ressalva, prosseguimos.
Mais uma pérola da World Music, este é um disco surpreendentemente (ou não) regional que ultrapassa as fronteiras da sua condição. Lila Down é uma das vozes mais representativas da música mexicana. Todavia, não ficou presa às raízes e evoluiu. Ainda que a base do seu trabalho vá buscar inspiração à tradição 'ranchera', há um leque alargado de influências que vão do jazz ao hip hop. Aos 38 anos, vive actualmente nos EUA, mas é na melancolia mexicana que continua a buscar inspiração. É com esta dicotomia que Lila Downs apresenta "La Cantina - entre copa y copa", onde se concentra nas canções tradicionais e profundas da música 'ranchera' mexicana.
Lila Downs celebrizou-se com o tema "Burn it blue", gravado em dueto com Caetano Veloso para a banda sonora do filme "Frida", que lhe valeu a nomeação para o Óscar de melhor canção original.
Com uma carreira iniciada em 1997 (com o álbum "La sandunga"), esta mexicana é filha de um cinematógrafo e pintor americano, de origem escocesa, e uma indígena mexicana de etnia mixtexa o que pode explicar muito da sua música, das suas influências e do seu humor. E ouvir com atenção.
Porque é Natal, destacamos o tema Amarga Navidad... Boas Festas!
Acaba de una vez de un solo golpe
Por qué quieres matarme poco a poco?
Si va a llegar el día que me abandones
Prefiero corazón que sea ésta noche.
Diciembre me gustó pa' que te vayas
Que sea tu cruel adiós mi navidad
No quiero comenzar el año nuevo
Con éste mísmo amor que me hace tanto mal.
Y ya después que pasen muchas cosas
Que estés arrepentida, que tengas mucho miedo.
Vas a saber que aquello que dejaste
Fue lo que más quisiste pero ya ho hay remedio.

Desta foi de vez.


Só os que não acreditam na justiça divina é que podem pensar que Pinhochet ficou impune...

domingo, 10 de dezembro de 2006

Infância


Domingo à tarde. Lareira acesa. A mãe e eu na sala, rodeados de caixas com bolas, a fazer a árvore de Natal. Há pequenas coisas que nos fazem sentir que, no fundo, continuamos a ser crianças. E gostamos disso. Que esta tarde se possa repetir por muitos anos mais.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

O.Insecto à escuta:



Por João Gonçalves, in 'Portugal dos Pequeninos'

Dia da Imaculada Conceição


"Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbou-se e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.» Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua parente Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês, ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.» Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela."
Evangelho segundo S. Lucas 1, 26-38

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Vale a pena ver de novo...

O QUÊ
From Here To Eternity (1953)
ONDE
Cinemateca Portuguesa.
R. Barata Salgueiro, 39
Tel .213 523 180
QUANDO
dia 12 às 15h30
QUANTO
€ 2,5


Ciclo 'Oscar de Melhor Actriz Secundária
'FROM HERE TO ETERNITY
Até à Eternidade
De Fred Zinnemann
Estados Unidos, 1953 - 118 min.

That I would be good

(Alanis Morissette)

that I would be good even if I did nothing
that I would be good even if I got the thumbs down
that I would be good if I got and stayed sick
that I would be good even if I gained ten pounds

that I would be fine even if I went bankrupt
that I would be good if I lost my hair and my youth
that I would be great if I was no longer queen
that I would be grand if I was not all knowing

that I would be loved even when I numb myself
that I would be good even when I am overwhelmed
that I would be loved even when I was fuming
that I would be good even if I was clingy

that I would be good even if I lost sanity
that I would be good
whether with or without you

Growth


Isto é o que o consumidor TAP enfrenta. É com base neste tipo de actuação que é sustentado o crescimento das empresas portuguesas. Impostos vs Subsidios vs Taxas vs Comissões vs A Eterna Pachorra do Consumidor.

"As taxas (de segurança e combustível) e impostos de aeroporto não estão incluídas e serão suportadas pelo cliente.Todos os bilhetes estão sujeitos a uma taxa de emissão." in site TAP

O trabalho

Tenho um amigo holandês que me diz que dois dos grandes males dos portugueses é não gostarem de trabalhar e de passarem metade do seu tempo a queixarem-se da vida e do que lhes acontece. Pode até ser verdade, mas temos uma relação muito especial com o trabalho. O português gosta, essencialmente, de ver alguém a trabalhar, dá-lhe imenso prazer ver outra pessoa a trabalhar, a fazer qualquer coisa. Quem já não viu um aglomerado de gente à volta de um miserável dentro de um buraco, com uma pá, a fazer um buraco e os outros todos a opinar sobre o buraco que está a ser feito?
E falo por mim, em criança adorava ver a mulher-a-dias da minha avó a passar a ferro, era de uma tal perfeição que aquilo me deliciava só em ver. Claro está, que esta grande vontade de ver não passa disso mesmo, ver e só ver, ajudar, dar uma mãozinha, nunca. O português nunca tem pena de quem trabalha, se estas a trabalhar foi porque fizeste alguma coisa que não devias, ou armaste-te em trabalhador à séria, ou queixaste-te que não tinhas trabalho, ou porque não foste suficientemente inteligente para conseguir um emprego e tens um trabalho. Quem melhor para representar esta imagem que o belo funcionário público de 50 anos, colocado numa repartição de apoio ao jovem agricultor em Almada, onde jovens existem cada vez menos e jovens agricultores muito menos.
E assim deixaríamos de ter a relação trabalhador/desempregado e passaríamos a ter a relação trabalhador/voyeur.

A propósito de Sá Carneiro


E à sua memória, como homem político e honesto que acredito tenha sido, é menos importante saber o que realmente aconteceu do que uma consequência disso mesmo, i.e. a Impunidade Absoluta e Vergonhosa, que cobre os grandes processos criminais em Portugal.
Não há zona Euro, colecção Berardo ou campeonato europeu, por mais à frente que possa parecer, que faça esquecer a selvajaria do nosso sistema jurídico.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

E as tardes de Bolonha ficaram para outras calendas...



"Sistema de ensino português agrava desigualdades sociais
O sistema de ensino em Portugal discrimina os alunos por escolas, por turmas e por vias de ensino, agravando os processos de desigualdade social, revelam as conclusões de vários estudos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE)."
Vale a pena ler este artigo. Também seria interessante reflectir sobre Bolonha e os seus efeitos efectivos na sociedade. Parece-me que ainda agravará mais as desigualdades. Essa licenciatura de 3 anos, como será entendida pelo mercado de trabalho? Como uma licenciatura ou um nível de ensino equivalente ao bacharelato?
O facto de nos 2 anos seguintes o estudante poder tirar o mestrado é uma falsa cenoura, nesta nem o bugs bunny caíria. A verdade é, o Mestrado ou a pós-graduação, dado não perder o carácter "pecuniário" continuará tão exclusivista e elitista como antes. E, haverá continuidade académica para todos os cursos?

Boas notícias!

O projecto Madredeus Ballet une a música dos Madredeus com a companhia de dança Lisboa Ballet Contemporâneo e terá edição em DVD já no próximo dia 11 de Dezembro sob o título de "Mar".
O espectáculo agora editado foi gravado em Lisboa no Centro Cultural a 29 de Junho de 2006 (eu estive lá!!) mas o projecto teve o seu início em finais de 2005 quando o coreógrafo e director do Lisboa Ballet Contemporâneo Benvindo da Fonseca endereçou a Pedro Ayres Magalhães o convite para juntos desenvolverem um projecto de união entre a música dos Madredeus e a dança da companhia que dirige.
Surgia assim o Madredeus Ballet e o espectáculo "Mar" apresentando ao longo de 1h50m um repertório de 19 canções tocadas ao vivo pelos Madredeus e coreografadas por Benvindo da Fonseca para os bailarinos do Lisboa Ballet Contemporâneo.
Pedro Ayres Magalhães não descarta a possibilidade dos Madredeus e o Lisboa Ballet Contemporâneo viajarem pelo mundo com este projecto durante o ano de 2007 embora, até ao momento, ainda não exista qualquer data marcada.«Do ponto de vista psicológico foi uma grande aventura. A ideia de estarmos a tocar enquanto um grupo de ballet dançava era uma coisa desejada»
«Isto foi como entregar a Teresa ao mundo. Ela viu o seu espaço, a sua solenidade e tranquilidade invadidos por jovens bailarinos sorridentes que a puxavam e a levantavam»

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Pode haver mulheres tão bonitas? (post de conteúdo machista)


Aishwarya Rai (Ash para os amigos) é uma estrela de Bollywood. Digamos que na terra dela, a Índia, não pode sair à rua sem que lhe caiam três ou quatro (mil) matulões em cima. E não é para menos. Aishwarya é actriz, o que em Bollywood quer dizer que ela representa, canta, dança, salta e ri. Além disso, é tão "boa", mas tão "boa" (Moura perdoe-me a grosseria) que podia bem ser de Ermesinde!
Ash é a prova viva de que na Índia existem mulheres bonitas, ainda que estejam muito escondidas. Esta foi Miss Mundo em 1994 e além desse extraordinário facto, parece que até tem ganho uns prémios como actriz. E não é, segundo dizem, (só) pelo seu palminho de cara... Segundo o curriculum disponibilizado no site oficial, a pequena é fluente em Inglês, Hindi, Kannada, Tamil e Urdu mas, para espanto geral, não fala português o que nos deixa margem para pensar se queremos mesmo casar com ela!
A Julia Roberts, que já de si também tem um arzinho bastante saudável, chamou-lhe "the world's most beautiful woman" e se a Julia Roberts o disse eu não sou ninguém para a contrariar!

Vida

Se me pedissem para, numa palavra, descrever a Índia não conseguiria encontrar outra que não fosse "gente". Há quatro anos que andava a preparar-me para o dia em que aterraria no aeroporto de Delhi pelo que já sabia que dificilmente me surpreenderia com os cheiros ou com a sujidade. E assim foi.

Delhi tem 18 milhões de pessoas e isso percebe-se num ápice. Passam à nossa frente, ao lado, atrás, à nossa volta, num ritmo constante, alucinante, frenético. Carros, motas, bicicletas, vacas, burros, gente, gente, gente. São olhos negros que nos fixam com avidez e despudoradamente. Não somos ninguém ali. Nunca uma cidade me fez sentir tão pequeno e tão perdido. Por mais que me dissessem o contrário, não existe em Delhi qualquer hipótese de orientação. Porque não há orientação possível naquele caos urbanístico e naquele trânsito suicida.

E o resto é a cor, a festa, a alegria e os sorrisos no meio da miséria. São os pedintes, com olhares treinados desde a infância para suscitar a compaixão. São os templos aos deuses (milhares, parece), as árvores sagradas, os macacos sagrados, as pedras (?) sagradas, além das vacas, é claro, tudo sagrado num constante e eterno agradecimento pela vida.

São as lojas e os bazares das mil e uma curiosidades. São as pacheminas, as caxemiras, as sedas de tantas cores quanto a nossa imaginação consiga vislumbrar. São os saris, bordados a ouro numa criatividade que raia a loucura. São as pratas lisas, trabalhadas, limpas, sujas, brilhantes. São as pedras preciosas, as jóias, os diamantes. São as madeiras, os mármores, os tapetes, um imenso, louco, infindável rol de coisas que apetece comprar e é também a vertigem de não conseguir comprar nada perante tamanha oferta. São os hotéis de luxo, as lojas de luxo, os restaurantes de luxo. É o gin tónico ao fim da tarde e o medo de pedir bebidas com gelo.

É a espiritualidade. A simplicidade do sorriso fácil. A certeza de que o sol nasce no dia seguinte. As pessoas que dormem ao sol na relva das rotundas. As pessoas que dormem ao relento porque não têm casa. Os que se arrastam pelas ruas porque não têm o que fazer, não têm o que comer, não têm onde ir. É a vida a pulsar arrebatadamente com a morte ali ao lado. São os cães nas ruas, as gralhas negras nos céus, os lixos acumulados no chão das avenidas ao lado de tantas vidas descartadas e descartáveis. É o passado e o futuro.

E depois, é Goa que não é a Índia. É chegar num dia de manhã e sentir no ar (ainda que seja sem razão) que se chega a casa, a um património emocional português, a um lugar em que a palavra saudade faz tanto sentido quanto num bairro de Lisboa. É ver casas portuguesas e igrejas portuguesas e nomes portugueses e palavras portuguesas e pensar que se está em casa e depois perceber que não!

É rezar de joelhos ao pé das relíquias de São Francisco Xavier e perceber que a globalização de hoje é uma brincadeira de crianças comparada com a intrepidez dos que foram à frente falar de nós e da nossa fé. E é a fé deles que são tão diferentes mas acreditam como nós. São as oferendas a um santo que não é hindu. São as pedras seculares e as flores de imensas cores que apodrecem ao sol porque são para o Santo e ninguém lhes pode tocar. É o pouco de Portugal que ainda resta. É o Bairro das Fontaínhas, é a Dona Paula, é o mar, é o mar… E a vista do Palácio do Governador que só não alcança Portugal porque é muito longe!

E depois o nascer do sol, mesmo antes de vir embora, a mostrar-me que o céu afinal tem mais cores do que eu pensava. E que é uma festa! Foi isto a minha Índia. E foi muito mais. Porque não consigo falar de tudo o que vi, pelo menos por enquanto. Eu disse que “gente” é a palavra que melhor descreve a Índia? Não é verdade. “Vida” é o que me passa pela cabeça quando penso naquele país.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Por € 15...

Um homem chega a casa do trabalho. Um ar cansado, desata com alívio o nó da gravata enquanto vai ao quarto da filha para a ver. Encontra um bilhete onde lê: Pai, fui-me embora para casa da minha amiga. Quando dizias que gostavas de mim não era verdade. Só 15 € por mês e nem assim temos……? Escusas de ligar para casa da minha amiga. Eles não têm boa impressão de ti…”
O homem, perplexo, deixa-se cair lentamente para uma cadeira.
O mesmo anúncio repete-se, na televisão, ora com o filho, ora a mulher, ambos a abandoná-lo por causa daquela falha imperdoável. Então por 15€/mês deixa a sua família abandoná-lo?????
Acho isto tão indecente.