sexta-feira, 23 de agosto de 2013

(...) [VII]



 



Amy Friend e REUTERS/Muhammad Hamed

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Vejo as notícias e apetece-me ficar em silêncio. Aquele silêncio que mistura impotência, raiva, dor, angústia... também lágrimas. Morre gente muito nova às mãos de quem quer poder. Para quê? Para governar quem? Só pelo dinheiro? Pela imagem? E assim se destrói vidas humanas inocentes com químicos, armas, ou na força da luta contra o fogo. Sendo o mínimo que posso fazer, fico no silêncio da oração... pelos que partem e pelos que ficam.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Espera(nça)




Dulce Antunes

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Espera. Ou saber esperar. Faz parte da aprendizagem. Assim, nos dias em que a Lua impulsa a marés revestidas de grandeza. Quando baixa, pequenos segredos pousados no fundo do mar despontam. Saber esperar esses segredos, apenas revelados a quem escuta e observa sem tempo, no espaço demorado de um passeio... de alma, ou de corpo confiante: a história também é paciente. Abrindo a possibilidade de outras leituras. E a esperança surge naqueles que esperam. Ou sabem esperar, enquanto aprendiam a ler outras marés. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Filosofices [em dia de calor]




Chema Madoz

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De vez em quando lá ouço: “A Filosofia é uma seca!” A questão é que sem ela, o mundo corre sérios riscos de secar... de definhar. Gabar de que o ser humano é um animal racional é muito pouco. Seria interessante que se desse bom uso a essa razão. Enfim, prelúdios de um dia de calor.

domingo, 18 de agosto de 2013

A paz podre que Jesus não quer [homilia de hoje]



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Resumo da homilia de hoje, a partir dos textos de Lc 12, 49-53: Jesus não veio trazer a paz podre, aquela que leva a um marasmo e apatia sócio-política, espiritual e de relações. O cristão é chamado a denunciar a injustiça, por exemplo, através da intervenção cívica pelo voto; a aprofundar a fé, não se ficando pela paz do cumprir preceitos; e a viver o respeito nas relações, evitando, por exemplo, a violência doméstica. Gravaram a homilia, aqui partilho. Aproveito para agradecer ao P. Mário Sousa, em nome da comunidade da Igreja Matriz, o gesto que tiveram comigo (ofereçam-me uma réplica em tamanho pequeno da imagem da N. Sra. da Conceição), junto com o carinho, a amizade e a oração. Contem com a minha também.

sábado, 17 de agosto de 2013

Respeito [religioso]





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Nestes últimos dias, as imagens de terror no Egipto são chocantes. Espera-se a paz e a protecção, sobretudo dos inocentes. Muitas vezes usa-se a religião para o confronto e tal é rapidamente difundido, mas a esperança e o respeito também devem ser noticiados. Há algum tempo, cristãos protegeram muçulmanos em oração. Há três dias, muçulmanos protegem uma igreja no Egipto, enquanto os cristãos celebravam Missa. A Religião, com “R”, no profundo sentido da palavra, deve promover o encontro. Aqui está um bom exemplo.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Consciência [e melodias]





Alex Wolkowicz

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Há a imagem da consciência com o anjinho e o diabinho. Faz. Não faças. Fala. Não fales. Prefiro vê-la ao som de pequenos toques de cristal. Mais que alerta, ao suave som de conhecidas ou desconhecidas melodias, torna-se a guia, impedindo que as decisões levem por caminhos errados. Depende de cada qual a escuta da melodia... e deixar-se embalar. O ruído não costuma ser bom conselheiro.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Assunção de Maria [Agradecido]




Carla Ventura

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Hoje, dia da Assunção de Maria, sinto-me especialmente agradecido. Pela primeira vez servi como diácono na Igreja Matriz de Portimão. Co-celebrei, em conjunto com toda a Assembleia, com o D. Manuel Madureira Dias, bispo emérito do Algarve, com o P. Mário Sousa, pároco, e com o Victor Sabino, diácono permanente. Com os três, tal como à Comunidade paroquial, tenho, ainda que a níveis diferentes, carinho e amizade. E ter-me sido pedido que colocasse a nova coroa na imagem da Padroeira foi emocionante. Senti nervosismo em muitos momentos. Durante a consagração, passou-me pelo pensamento: “As celebrações não são meros rituais. São o reconhecimento do caminho feito do encontro com Deus, das pessoas que acompanham e do empurrão que se recebe para, tal como Maria, nos dirigirmos ao serviço dos outros... no meu caso particular, dos que estão ou foram afastados.”

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Em cada 3 segundos...





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São tantos os motivos, os erros, os descuidos, as exigências para que as crianças sejam mais adultas que crianças: em guerras, na família, na educação, no trabalho, num campo de refugiados... no abuso. Há dias, na ONU, Malala Yousafzai, a menina sobrevivente de um atentado a uma escola, apelava à responsabilidade através da educação. A vida tem o seu ciclo natural, é desnecessário apressá-lo em nome do poder ou da falta de paciência.

[No final da actuação o rapaz diz: “Em cada 3 segundos o mundo perde uma criança.”]


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Fé madura



Julio Fontana em processo criativo

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“Devemos ter consciência de que até a ‘fé madura’ continua a ser uma realidade incompleta naquilo que nos diz respeito, (...) em vez de algo que já possuímos e que poderíamos considerar como nossa ‘propriedade’.” Tomáš Halíck, em “Paciência com Deus - Oportunidade para um encontro” Este livro tem-me dado bastante que pensar... e rezar. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Rezar com a dança





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Rezar com a dança, com o corpo. Foi a proposta que Maria Luisa Carles e eu apresentámos na Casa da Torre, em Soutelo. É difícil resumir o que ali vivemos, em conjunto com os 13 participantes. Um grupo muito diversificado que se foi abrindo e confiando ao que é novo sendo antigo. Somos corpo dinâmico. A relação com Deus através da dança surge já no livro do Êxodo. Percebe-se a tensão e a alegria, os bloqueios e as possibilidades... e os sentidos ficam mais despertos. Quando o corpo está livre, está mais disponível para servir. 

[Para criar Sleepless, Jirí Kylián inspirou-se nas incisões que Julio Fontana, pintor argentino, fazia nas suas telas. As incisões levam a que a contemplação vá para além da pintura... “abrindo uma porta secreta para o ‘desconhecido’ (...) levando à busca de ‘dimensões’ físicas, emocionais, filosóficas ou espirituais.”]


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Edith Stein [Santa Teresa Benedita da Cruz]





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Edith Stein, uma mulher muito interessante. Judia de nascimento, ateia por convicção, estudou filosofia. Sendo discípula de Husserl, escreve a sua tese de doutoramento sobre O problema da empatia. Mais tarde lê o "Livro da Vida" de Teresa de Ávila e converte-se ao cristianismo. Baptiza-se e, anos depois, entra no Carmelo, tomando o nome de Teresa Benedita da Cruz. Morre em Auschwitz a 9 de Agosto de 1942. Do seus Escritos essenciais: “Para os cristãos não existem 'humanos estranhos'. O nosso 'próximo' é todo aquele que temos diante e que tem necessidade de nós, e é indiferente que seja nosso parente ou não, que nos caia bem ou nos desgoste, ou que seja 'moralmente digno' de ajuda ou não. O amor de Cristo não conhece limites”.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

De regresso dos "Mosquitos"




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Foi a primeira vez que animei “Mosquitos” (entre 8 e 10 anos). Eram 42... com muita energia e impressionante capacidade de escuta. Houve momentos de perder a paciência. Afinal, são 8 dias em que o mundo se reduz ao Campo de Férias. Percebo mais um pouco a intuição de Santo Inácio de Loiola, quando nos põe como missão nas Constituições a catequese das crianças. Podemos ter muito conhecimento, a inteligência está em saber levá-lo a todos. Foi um muito bom Campo, com Animadores e Mosquitos espectaculares. Sobre a minha prestação, deixo o resumo de uma mosquita: “Tu és fixe, fazes muitas caretas enquanto falas. Não vou esquecer o andar do Sr. [a personagem que representei na novela com que fechávamos cada dia]. Perguntei: “E mais alguma coisa?” Respondeu: “Sim. Ensinaste-nos que o amor põe-se mais nos gestos que nas palavras”. E sorri...