Kátia Viola
[Secção boas notícias com pensamentos soltos] Os últimos dias têm sido de muito a passar pelo pensamento e pelo coração. O Advento abre à esperança do mundo novo. Talvez se idealize algo exterior, mas parece-me cada vez mais a força do mundo novo ao nível das entranhas, do ser. Desde aí, o exterior muda, ou pelo menos o olhar e a escuta ante a realidade muda, transforma-se, converte-se. O Natal acontece sempre. De forma diferente, mas acontece sempre que estejamos dispostos a iluminar nova realidade, mesmo, ou talvez sobretudo, com os sobressaltos inesperados.
Agradeço todo o carinho pelo meu pai. Ele avança na recuperação. Temos conversado. O seu humor e a sua tranquilidade ante a vida levam-no a aceitar o que agora atravessa. É exigente. Manifesta o cansaço, sim. Mas, ainda assim, vai avançando neste caminho novo de nova realidade na sua vida. Tenho muito orgulho no meu pai. E na minha mãe. A serenidade com que está a viver tudo isto, onde a visita se faz pela voz ou video-chamada, e a aceitação junto com o desejo de vida um ao outro, fazem-me sentir pequeno e agradecer o amor dos dois. Eles, sem o saberem, têm-me falado tanto de Deus nestes dias. Têm-me revelado Advento no concreto.
É isso: cada ano, por esta altura, pergunto que algo novo quero que nasça em mim. A pergunta deixa de ser algo bonito para ganhar corpo e sentido no crescimento que se impõe. Todos os acontecimentos podem ser levados ao coração. Aí, no silêncio do respeito de todo e qualquer sentimento, ilumino o que é, permitindo que Deus me mostre algo novo. Torna-se claro que passa pela simplicidade, como o “orvalho que cai do céu”, caindo na terra que somos, pronta a deixar brotar maturidade e sentido de presença, no aqui e no agora. E, quase sem dar conta, dá-se mais um passo no que realmente importa: amar.
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