domingo, 20 de dezembro de 2020

Olhar para este Natal


Carmo Sousa Lara


[Secção pensamentos soltos em IV Domingo de Advento] Os dias que antecedem o Natal costumam ser agitados. Os afazeres, compras e afins de última hora, junto com preparativos de viagens e jantares para justificar as relações nas empresas. Este ano, dá-se vazio. Tudo é estranho.


Tanta mudança se quer, saindo do “sempre foi assim”. Mas quando há oportunidade, ainda que brutalmente forçada, é como se se perdesse os alicerces que estruturavam estes dias do ano. Custa, sim. Muito, em tantos casos. No entanto, mais do que deixar o desânimo entrar, abre-se a possibilidade de abrir mão a algo novo, voltando ao essencial: a luz a atravessar toda a escuridão.


Deixar de forçar felicitações para agradar e ser autêntico nas palavras e gestos promotores de vida e respeito. Gastar menos no supérfluo e mais na entrega a quem passa por dificuldades. Perder medo ao silêncio de jantares mais recolhidos e avivar a beleza das conversas que contribuem para que todos sejam escutados e amados. E o vazio, preenchido de esperança, transforma a estranheza dos tempos em oportunidade de encontro, consigo mesmo e com os outros.


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