



... mas como ando a montar casa descobri estas colunas e estou mortinho para as ter! São de uma dupla de designers holandeses (é isto, não é Royal?) e eu, que tenho aversão a animais domésticos desde que o meu Coentro foi para o convento e lá morreu (o Coentro era um gato bem disposto e engraçado que o meu pai mandou para um convento de freiras), estou com o bichinho (literalmente) para comprar estes cães. 
Só para que conste, foi bom estar no sítio do costume com os de sempre a "curtir a ressaca" e a divertir-me com os risinhos tontos da Laura e da Joana sempre que aparecia o empregado (mascarado de Abelha Maia). Gostei do chá branco e do bolo de chocolate e vinho tinto. Gostei de ver a Laura a confessar que, afinal de contas, até gosta de crianças. Gostei de ver o Tiago e o João a jogar como se fossem crianças. Gostei de estar com os amigos enterrado naquele sofá verde como se o mundo não tivesse horas e aquilo fosse a nossa casa. Foi uma tarde bem passada.Já não escrevo há um tempinho!
Às vezes por falta de tempo, outras por… sei lá… Apetece-me escrever mais sobre a minha experiência com Deus, mas vêm-me logo à cabeça as reacções cada vez mais comuns de quando se fala no tema… Caras de enfado, de “ui lá vem seca”, “eh lá! Isso é do tempo da minha avozinha…”, etc etc. Enfim, seja como for, estou a chegar de 3 dias de retiro e quero falar de DEUS… Sim: DEUS! Bolas (para não dizer “Porra” porque é feio, politica e liturgicamente incorrecto - estamos num blog com bastante credibilidade - e não é fino, hmmm já houve uma Marquesa que o disse), não me considero tão retrógrado, tão old-fashioned, que não possa falar de DEUS sem que seja imediatamente enfadonho e secante…
Estamos numa sociedade cada vez mais laica, onde ser religioso não deve fazer parte dos cânones de quem se diz civilizado. Ou então, é in fazer daquelas experiências em que se arrumam as energias, flutuando-se numa camada espiritual que nos faz sentir leves e frescos… Acredito que pela cabeça, e pelo coração, de todo o ser humano já tenha passado a ideia de uma transcendência, dêem-lhe lá o nome que quiserem. Na verdade, as imagens de DEUS que as nossas culturas, as nossas catequeses, as nossas relações mais profundas ou de raspão pela Igreja, nos têm dado não têm sido das melhores… É verdade que, ainda hoje, ouvimos homilias em que quase sentimos o fogo do inferno a roçar pela face… É verdade que há dias, ou domingos, que, de todo, não apetece celebrar a Eucaristia, vulgo Missa, porque já não há pachorra para aturar o padre, ou ouvir o coro das velhinhas da paróquia… Estamos marcados pela obrigação, pelo tem de ser, sem se perceber um lado mais profundo da FÉ. Percebo isto muito bem! Há dias que eu também não tenho pachorra nenhuma!!! Mas será isso motivo para abandonar uma busca? Uma busca de algo mais forte que, antes de mais, passa pela descoberta de nós próprios levando-nos à relação com os outros?
Bolas, para não dizer já sabem o quê, DEUS não se confina a um espaço com mais ou menos metros quadrados, onde só lá entram os puros… DEUS é muito mais do que isso! Encontro-O numa conversa de amena cavaqueira com amigos, numa saída à noite, numa jantarada, num post de agradecimento aos amigos (Obrigado Pedro!), num site de design, nos resultados de uma eleição, nas várias páginas de um jornal, de um livro, de uma revista, numa coreografia, na música, numa poesia e sim, no mais óbvio, numa Igreja silenciosa, num momento de oração, numa leitura espiritual… Encontro-O ainda na minha fraqueza, na minha imperfeição, na minha impossibilidade de acabar com a prostituição, com o aborto clandestino, com a pedofilia, com a miséria e violência a que o ser humano está sujeito, na minha impotência diante da injustiça do mundo… Encontro-O no quotidiano da Vida, na Igreja que inclui TODOS sem excepção.
Hoje, com os meus Companheiros de Comunidade, renovei os Votos. Encontrei-O naquele momento… Não tive arrepios de pele, tremor interior ou exterior, não houve nenhuma lágrima a despontar… Encontrei-O simplesmente! O significado disto o tempo irá dizendo… Como escrevi lá encima (obrigado a todos os que chegaram até aqui!!), a FÉ em DEUS é uma busca e eu não sou diferente dos outros, também a busco…







