quarta-feira, 30 de abril de 2014

"Servo inútil!" ou Saber perder(-me)


Matt Moyer

(Versión en español en los comentarios)

“Servo inútil!” Tenho andado com esta expressão de Jesus. O Papa Francisco usou-a na homilia da Missa Crismal, especialmente dedicada ao sacerdócio. Entre outras coisas, afirma que o sacerdote tem de ser pobre. Há pouco, na aula de dança, trabalhámos a suspensão de braços e pernas. Apercebi-me de bloqueios no movimento, no medo de perder-me nessa suspensão, no abandonar-me… no fundo, de ainda estar presente a vontade de controlar e “ser visto” com essa segurança (que acaba por ser falsa). De repente, as coisas relacionam-se. Algo normal: tenho o desejo de ser um bom padre. No entanto, só poderei sê-lo se souber perder(-me). A pobreza também reside nisso: perder, por exemplo, a superioridade nos conhecimentos teológicos e espirituais. Não é negá-los, simplesmente tornam-se inúteis se são usados para rebaixar ou manipular o outro. E quando perco inutilidades, o movimento fica mais leve, denso e autêntico.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Dia Mundial da Dança



Sem muito mais: que a dança esteja presente na vida… com pés de chumbo ou movimento natural, não há desculpas. Se a vergonha assalta o espírito, há que responder com um belo jeito de anca, aconchegados pela música. Hoje é o dia dela… é isso: dançar, simplesmente dançar. Afinal, a dança é sinal de vida. 

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Boas notícias de um refugiado [em tempo de Páscoa]



Lynsey Addario

(Versión en español en los comentarios)

Um dos refugiados com quem costumo conversar veio-me contar uma boa novidade: após mais de um ano a tentar ter cartão de cidadania temporária, este finalmente chegou. Agora já pode tratar do processo para que a mulher também possa vir. Não a vê pessoalmente há mais de 3 anos. Foi obrigado a fugir do país pela guerra, por ser jornalista e ter denunciado casos de corrupção e abuso de poder. Viveu a tortura de perto… e de longe, ao se ver obrigado a fugir, deixando a família, a terra, sem saber se poderá voltar. Emocionado e com um grande sorriso, depois de contar a novidade, disse: “Paulo, chegou em tempo de Páscoa. Na minha pouca fé, apercebo-me um bocadinho do que é a ressurreição.” Não consegui dizer nada em resposta, para além do forte abraço que partilhámos.


domingo, 27 de abril de 2014

Santos



João Paulo II era o Papa que conhecia. Quando comecei por estes caminhos de fé, para mim não havia outro. Era destacado o seu carisma com a juventude. Sobre João XXIII, o meu desconhecimento era total. Tive de chegar ao estudo da Teologia, mais precisamente à disciplina de Eclesiologia, para começar a entrar no imenso que foi a vida deste homem. Não só a vida, mas a arriscada decisão, temida por tantos, de convocar uns dos Concílios inovadores na História: o Vaticano II. Considerou a decisão inspirada por Deus. O que não significa repentina. Antes de ser Papa, Angelo Giuseppe Roncalli, entre muitas coisas, foi núncio apostólico em Paris, visitador apostólico no Oriente e professor de Historia da Igreja, com grande relação com o meio social, político e religioso (ao nível ecuménico e inter-religioso). Até a escolha do nome de João XXIII tem muita sabedoria. Tinha, sem dúvida, grande e profunda visão da realidade do mundo. Como Patriarca de Veneza organizou um sínodo com o tema que se tornou pano de fundo do Concilio que convocou: aggiornamento [actualização]. Quando os cardeais o elegeram, pensaram num Papa já com idade. Foi considerado um Papa de transição. E, graças a Deus, foi mesmo um Papa que levou a Igreja à transição, à actualização. Para os tempos que correm, em que tudo tem de ser para “o ano passado”, parece que a actualização na Igreja é lenta ou inexistente… no entanto, também graças a São João XXIII, muito foi feito e acredito que mais acontecerá. Se lhe pedirmos a intercessão, poderá responder como no seu famoso discurso à lua: “Caros filhinhos, oiço as vossas vozes. (…) A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto – paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo. Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade. (…) E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando, chorando, mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, para avançarmos e retormarmos o nosso caminho. E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos dou e também à boa-noite que me permito desejar-vos.”

sábado, 26 de abril de 2014

Sobre [im]perfeição



Esculturas de Christophe Betmalle

(Versión en español en los comentarios)


“Estou farto da perfeição!” Percebi claramente este grito, depois de ouvir alguns pormenores da sua história. Às vezes também tenho a sensação de estar farto da perfeição que não existe. O imaginário do ideal: de corpo, de intelecto, de profissão, até mesmo de santidade. Não se pode falhar, o erro é considerado como desprezível. Mas como seria se não houvesse quedas? Se não surgissem as emoções que nos alteram os esquemas racionais, mostrando a fragilidade que faz ecoar a beleza? A força não reside na perfeição, mas no sábio acolhimento do imperfeito. Faz falta olhar ao espelho e sorrir-se a si mesmo. E se há imperfeições, essas dão a certeza de que temos nome, para além de um número numa lista seja qual for. Sim, tenho o nome só meu.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

[Desafio] Ser livre



B. Anthony Stewart


Um dos desafios que tenho na vida é ser livre. Livre de ideologias religiosas, políticas, sociais, psicológicas, afectivas, permitindo-me caminhar para a autenticidade e respeito. É um caminho duro, com bastantes dificuldades… mas, apaixonante. A liberdade implica o respeito enorme por quem pensa de forma diferente de mim, ao mesmo tempo que me impede de aceitar o que pode matar o outro na sua dignidade. O que não é nada fácil. Tenho consciência que “sofro” de ingenuidade, mas quando surge o cansaço de hipocrisia, apercebo-me que são precisas muitas flores: na sua diversidade de espécies, cores, perfumes, origens e simbolismos.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Peregrinei sem esperar [em Roma]



Pormenor de uma das imagens de S. Paulo na Basílica de S. Paulo Fora de Muros


Peregrinei sem esperar em tempos de Páscoa. Estes dias em Roma foram intensos. Fiz grandes caminhadas pela cidade, deixando-me perder pelas ruas e vielas. Nos pensamentos surgiam pessoas, silêncios e perguntas no meio da multidão. O Tríduo Pascal (na Igreja do Gesù e na Basílica de São Pedro), as ordenações diaconais, os encontros (in)esperados, as conversas com companheiros e amigos, junto com a confissão, ajudaram-me a redescobrir a fé, que a vejo cada vez mais como humana e encarnada. Também a confirmar que os espaços são importantes para a história, pessoal ou social, mas que o grande lugar da conversão é mesmo o coração. No Sábado Santo (dia muito especial para mim) visitei as duas grandes Basílicas: a de São Pedro e a de São Paulo Fora de Muros. Nas duas rezei durante algum tempo: que a essência da minha futura paternidade, em nome de Deus, seja sempre a de dar vida ao outro, ajudando-o a fazer caminho para a profunda felicidade. É isto: peregrinei sem esperar. Roma não ficará por aqui!

domingo, 20 de abril de 2014

Onde está?




[Secção outros tons - especial Páscoa] Há um longo amanhecer, suavemente desorientador, que ilumina novas questões: Onde está? Os perfumes pensados para eternizar o corpo perdem o uso e espalham-se na brisa, tal como a nova certeza que aos poucos vai compondo melodia: Ele está vivo. Ele é a vida.

As fontes secaram






[Secção outros tons - especial Semana Santa] As fontes secaram. Reina a desilusão, em cor esbatida. Quem eras tu, afinal? Tento dar passos, mas os pés arrastam-se com o peso da morte. Nem chorar consigo. Ainda ecoa o retumbar da pedra que selou o fim. Apesar de errante, sigo em caminho. Os pequenos brotes sussurram vida.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

O espírito é entregue


[Secção outros tons - especial Semana Santa] As marcas dos gritos estão por todo o corpo. O coração mantém o silêncio próprio dos que amam. O espírito é entregue. As mãos que ampararam o respiro de vida no nascer, acolhem agora o expiro e o silêncio mortal. Abrem-se as portas do sem sentido para os que ficam. Apenas os humildes entendem este caminho.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A profecia toma gesto




[Secção outros tons - especial Semana Santa] Cumpre-se a Palavra. A profecia toma gesto no rolo que se abre. Os pobres, os cativos, os escravos: deixarão de ser contados entre os impuros. Revelas a nova visão da realidade. Na ceia, também ela renovada, em que as ervas amargas, além de recordar o passado, antecipam a hora das trevas. Derrama-se o óleo perfumado nos pés gastos que ninguém quer tocar. O teu toque de mestre: a Amizade. A todos amas até ao fim. Pouco falta para que se entenda plenamente que és Alfa e Omega. E eu? Que não deixe de lavar os pés e nunca negue um abraço.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Noite no desenrolar da injustiça




[Secção outros tons - especial Semana Santa] O rosto está coberto de prata. Será o beijo que o fará cair em 30 pedaços, no tempo que aproxima o Eterno. Entretanto, o pão não cresce, fazendo memória da fuga da escravidão para a liberdade. Anoitece. É sempre noite no desenrolar da injustiça. "Tu o disseste." Apesar disso, os passos, carregando o insulto, sem vergonha ou desilusão, encaminharão à nova luz. Até lá, é sempre noite no desenrolar das injustiças.

terça-feira, 15 de abril de 2014

A entrega não tem nome



Randy Krieger


[Secção outros tons: especial Semana Santa] As palavras de compromisso são reduzidas a nada quando se trata de voluntarismo heróico. Sigo-te de peito inchado. É o orgulho da valentia que vê a realidade na escuridão. A entrega não tem nome. Nem lutas. No cru dos acontecimentos vomito o não. Por 3 vezes. O corpo sentirá a fragilidade: de pernas, de coração, de alma. Aí serei discípulo, não pelas minhas forças. Somente pela graça do teu dom.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

[Outros tons]



Thomas J. Abercrombie

(Versión en español en los comentarios)


No remover da pedra virá o cheiro da morte. Percebo que não te envergonhas diante da podridão da minha vida. A tua compaixão, vinda das entranhas, faz-te comover, sem qualquer problema em fazer das lágrimas a manifestação do misto de dor, saudade, tristeza. Gritas. Alto, bem alto, criando o silêncio que renova todas as coisas. Lázaro sai. Também eu quero sair. A gratidão reveste-se de nardo puro. Os cabelos soltos, exalando o  cheiro da vida, dançam a liberdade que desejas. E assim entregas a vida em holocausto. 

domingo, 13 de abril de 2014

[Dia de hoje]



Vincent Brady

(Versión en español en los comentarios)


Tento escrever algo sobre o dia de hoje, neste início de Semana Santa. É-me difícil. Não me sai nada de jeito. Tenho a sensação de pouco o que posso escrever. Ou então demasiado. Penso na Paixão de Jesus em tantos rostos, histórias, pessoas concretas. Corro o risco de ser artificial. Só com este texto tenho a sensação de ridículo… Sim, é uma Semana que só se compreende com o coração: aquele que se converte de pedra a carne. O resto é silêncio e viver.

sábado, 12 de abril de 2014

Pelo fim da violência...


Freddy Booth

Recebi um mail a agradecer um post antigo [obviamente pedi licença para publicar parte]. “Já há muito que acompanho o que escreve, o que agradeço. Torna a fé tão natural e acessível. Também escreve coisas tão humanas. (…) Decidi escrever-lhe, pois tomei a liberdade de usar um texto seu muito pessoal numa aula, integrado em actividades neste mês de luta contra a violência infantil. O texto em que fala que sofreu de bullying na escola, quando era criança. A forma como escreveu dava esperança, não se limitava ao sofrimento. Conversei com eles, disse-lhe que isto não era novo e que não devíamos deixar crescer a violência. Há muitos meninos e meninas a sofrer em silêncio, com vergonha e medo. Alguns até pensam que a vida não tem importância. Dias depois, um aluno veio ter comigo, contou-me que lhe batiam e que tinha muito medo. (…) Estamos a ajudá-lo. (…) Agradeço-lhe por ter tido a coragem de dar a cara por algo tão duro.” Sinto-me muito agradecido por saber que faço bem com o que vou escrevendo ao modo de partilha. Este mail em particular tocou-me muito. Sou bastante sensível à violência, ao mal que se pode fazer estupidamente. Em início da Semana Santa, onde celebramos a paixão, morte e ressurreição de Jesus, rezo por todos os que sofrem de violência. Que seja vencedora, não a morte, mas a Vida.


Para quem não leu o post que me refiro, deixo o link: M*rda de Bullying

quinta-feira, 10 de abril de 2014

"Cansaço de coração"



Aaron Huey


Há alguns anos, na fase de estudos da Filosofia, conversava com o P. Belchior (o Superior da Comunidade na altura): “P. Belchior, sinto-me cansado, mas nem sei explicar que tipo de cansaço é. Como se não houvesse palavras.” “Paulo, será que se pode chamar cansaço de coração?” Recordo tão bem o sentimento de clarividência: “É isso mesmo!”. De vez em quando venho a esta expressão de “cansaço de coração”. Se a tento traduzir nestes dias sai-me a certeza de estar vivo, de ser chamado a dar vida, de entrar no profundo de mim mesmo, de conhecer-me frágil, de saber que o desafio de amar implica os riscos de perder-se nas palavras, nos gestos, na entrega, mesmo quando assolam as naturais dúvidas sobre a capacidade. Os lugares comuns nunca foram o meu Forte. Nem sei se o tenho. O cansaço de coração surge, então, parafraseando Sophia, deixo-me vestir pelos gestos divinos e aprendo a viver em pleno vento.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Projecto "Welcome" da JRS




(Versión en español brevemente en los comentarios)

Há uns tempos vieram cá a casa da JRS (Jesuit Refugee Service - Serviço de Jesuítas aos Refugiados) fazer um filme sobre o projecto “Welcome” da própria JRS. Este projecto tem como objectivo o acolhimento de refugiados em casas de famílias ou comunidades religiosas. Nós, cá em casa, já acolhemos. Eis o vídeo de apresentação que chegou hoje. Vale a pena ser visto. Toca a treinar o inglês! :)

P.S. - O meu casaco amarelo aparece a partir dos 3 min e 30 seg e aos 5 min e 12 seg. ;) 

P.S. 2 - O objectivo é que muitas pessoas fiquem a conhecer este projecto. Por estar em inglês, partilharem, escrevam, se faz favor, algo a explicar o propósito. Obrigado! :)

Liberdade




(Versión en español en los comentarios)


Há palavras que se me agarram de vez em quando. Estes dias tem sido a liberdade [e seus derivados]. Ao mesmo tempo que atravesso cansaço, as emoções flutuam nesse diálogo com a racionalidade. Onde tem de dar-se liberdade? Não conheço respostas imediatas, muito menos absolutas. Seria um engano da minha parte querer esgotar esse acontecimento. Nada como escutar o corpo. Hoje, em aula, a Diana a dado momento diz-me: “não tens consciência do teu corpo quando estás em silêncio”. A tentação é evadir-me, ser outro, não querer afirmar a verdade da emoção, até mesmo do instinto. A tentação é actuar, representar, quando a vida pede-me que a viva. Quando toco o profundo das entranhas, sinto-me nu, frágil… também autêntico… e, subtilmente, livre. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

In memoriam: Frans van der Lugt,sj [Homs, Síria]





A história é escrita pelos vencidos: do medo, da busca desenfreada do poder que corrói as entranhas. Na luz parecem vencedores, mas na sombra percebe-se que se deixaram vencer pela amargura e matam quem busca a Liberdade e a Paz. Repete-se a Paixão. Hoje assassinaram brutalmente o jesuíta Frans van der Lugt em Homs, centro da Síria, onde vivia há 50 anos. Numa entrevista à AFP em Fevereiro, comentou: "O povo sírio deu-me muito: muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo partilhar a sua pena e as suas dificuldades. (…) Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes. (…) Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal. O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam de ver os seus familiares”. A história pode ser escrita pelos vencidos, mas será sempre sonhada pelos vencedores da Liberdade e da Paz, para além da cor, raça, sexo e religião. Rezo… em especial por todo o Povo Sírio e pelos meus companheiros do Próximo Oriente, que perderam, como me comentava há pouco o Rabih (companheiro de comunidade), um pai. 

domingo, 6 de abril de 2014

Novo bispo na Alemanha: Palhaço! :D



Stefan Oster

(Versión en español en los comentarios)

O Papa Francisco nomeou um novo bispo para Passau, Alemanha. “Oh, Paulo, mas qual o interesse aqui para a maltinha de Portugal? Vais começar a dizer as nomeações dos bispos todos, é?” Pois, este tenho de dizer. Chama-se Stefan Oster, Salesiano, professor de Teologia Dogmática… e Clown (sim, palhaço!!!!!!) :D Deixo uma foto e, para quem se aventura no alemão, um vídeo. ;)



sábado, 5 de abril de 2014

3 meses!




(Versión en español en los comentarios)

Há dias assim… que o sol desponta e anuncia que o tempo está próximo. Surge o desejo, a fragilidade, o medo, a disponibilidade, o coração que cresce e se entrega “dos amigos aos inimigos”, noutras selvas, noutras histórias, noutro modo de servir e gritar aos ventos: “Deus ama-te!” Faltam 3 meses! É isso… há dias que as pernas tremem: hoje é um deles. E emociono-me. Aqui estou Senhor! 

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Cdt Marques, não deixe de voar!







ANA - Aeroportos de Portugal


Nos últimos dias tenho visto as fotos do último voo do Cdt. José Marques a circularem por estes lados. Provavelmente não se lembrará de mim. Da minha parte, recordo-o com amizade. Às vezes nem são preciso muitas conversas para se perceber a riqueza humana de alguém e o Cdt. Marques é um exemplo disso mesmo. Houve um dia, numa estadia em STR [Estugarda], que estávamos todos a jantar. Eu já me tinha despedido. Numa conversa curiosa ele disse-me, mais ou menos isto: “Paulo, deve de haver alguma loucura em ti. Olha: por onde fores, não deixes de voar!”. Comandante, agradecido pela sua vida, digo-lhe o mesmo: apesar da reforma, não deixe de voar! 

P.S. - E claro, que sorriso dou ao ver estas “super-C/C’s” todas juntas no mesmo voo. Não me importaria de voltar a voar convosco! :)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

[Outros tons]





Frantz Morel À l’Hussier

(Versión en español en los comentarios)

[Secção: outros tons] Há evoluções nas histórias e no modo de proceder. O movimento escuta-se, acompanha-se, torna-se ele forma viva que transmite sentimentos que desmontam o pensar. Diminui-se, amplia-se, abre-se à novidade ou retrata o que já passou. Depois… não se explica, vê-se e vive-se. Nem sempre a razão tem explicação para tudo. Sobretudo do coração. E na sintonia… o gesto escuta, acompanha, tornando-se sentimento que desmonta pensamentos.

terça-feira, 1 de abril de 2014

[Arte]



(Versión en español en los comentarios)

[Coisas do quotidiano em Paris]

[Tradução livre pela minha pessoa:

Esculpe, lima, cinzela;
Que o teu sonho flutuante,
Se sele,
No bloco resistente!]


Tenho para mim que a paixão ajuda a isto… e não me parece que seja mentira! ;)