Aaron Huey
Há alguns anos, na fase de estudos da Filosofia, conversava com o P. Belchior (o Superior da Comunidade na altura): “P. Belchior, sinto-me cansado, mas nem sei explicar que tipo de cansaço é. Como se não houvesse palavras.” “Paulo, será que se pode chamar cansaço de coração?” Recordo tão bem o sentimento de clarividência: “É isso mesmo!”. De vez em quando venho a esta expressão de “cansaço de coração”. Se a tento traduzir nestes dias sai-me a certeza de estar vivo, de ser chamado a dar vida, de entrar no profundo de mim mesmo, de conhecer-me frágil, de saber que o desafio de amar implica os riscos de perder-se nas palavras, nos gestos, na entrega, mesmo quando assolam as naturais dúvidas sobre a capacidade. Os lugares comuns nunca foram o meu Forte. Nem sei se o tenho. O cansaço de coração surge, então, parafraseando Sophia, deixo-me vestir pelos gestos divinos e aprendo a viver em pleno vento.
Sem comentários:
Enviar um comentário