Xinhus/Reuters
Hoje representei a escola onde trabalho nas comemorações do 25 de Abril. Ouvi muitos discursos, de todas as cores políticas, onde se repetiu “liberdade” à exaustão. Perguntei-me: o que é a liberdade?
Será liberdade fazer-se o que se quer? Não me parece. Inevitavelmente haverá colisão de liberdades. Será o que acaba quando começa a de outra pessoa? Também considero uma resposta pouco completa, por ficarmos como que em “guetos” relacionais, onde se vive liberdade apenas em zonas de fronteira.
A meu ver, a liberdade acontece quando, em diálogo e reflexão, duas ou mais pessoas, mesmo tendo pensamentos diferentes sobre a realidade, fazem caminho lado a lado, promovendo, assim, o crescimento pessoal, seu e de todos os que as rodeiam.
Com a situação das escolas com contrato de associação vejo um Estado que caminha sozinho, segundo os seus interesses, tomando decisões que anulam a liberdade da pessoa, em vários níveis. Ironicamente, em nome da Liberdade e da Justiça. Não se porá em causa a liberdade em ter de se ir obrigatoriamente para uma escola concreta definida pelo Estado, perdendo-se a possibilidade de escolha, independentemente das condições financeiras e académicas das famílias, por outra que ofereça um projecto pedagógico que promova a liberdade de pensamento, de religião, de cultura e, inclusive, de ideologia?
Sim, que se recorde a força da liberdade, em tudo, a partir do diálogo, da reflexão, da colaboração e do reconhecimento do bem que se faz.
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