Igreja de São Francisco Xavier y São Luís Gonzaga - Ventilha - Madrid
(Versión en español en los comentarios)
Não o blog, mas quem nele vai escrevendo. Um vírus, não informático, com parte da sua família, resolveram achar que a minha pessoa é um bom sítio para alojamento. Mas há inquilinos indesejáveis. Estes são um deles e estou a tratar do rápido processo de despojamento: descanso, descanso e descanso. Já poderia chover à séria em Madrid, limpando os ares da cidade. Todos sabemos que dias de sol não faltarão.]
No entanto, tenho aproveitado para dormir e despreocupar-me, por uns momentos, do periférico.
Este fim-de-semana foi muito intenso com as ordenações, diaconais de três companheiros jesuítas e sacerdotal de outro. Por questões logísticas de ajuda à celebração, fiquei todo o tempo no fundo da Igreja. Estar de frente para a grande cruz, sobretudo no momento em que os ordenandos se deitam no chão para as ladainhas (oração onde se invocam as Santas e os Santos), enquanto junto com todas as pessoas rezávamos por eles, fez-me pensar que mesmo faltando apenas um ano, se Deus quiser, ainda há todo um caminho a percorrer.
Em tempos, entendi a minha vocação como uma carreira [até mesmo de poder]. Muito deste entendimento já foi dissipado. É que isto de ser padre não tem nada que ver com carreira, mas com serviço. Infelizmente, são muitas as vezes que me esqueço disso, mas, estando de frente para aquela grande cruz, voltou muito claramente a recordação.
Curioso, ou sem curiosidade nenhuma, adoeci. Não, não foi um desígnio de Deus. De vez em quando, as manutenções até vêm bem. Algumas, por supuesto, não as quero. Mas, se por tanta agitação interior chegou, há que aproveitá-la. É preciso muito silêncio diante desta certeza: “Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos.” (Mc 10,45).
Afinal, até chove em Madrid.