segunda-feira, 4 de julho de 2022

Bereshit e o tear





[Breve apontamento ao adormecer] Estava a rever fotografias e vejo estas do Bereshit no tear que fiz em Têxteis, tinha eu 13 anos. Segundo a minha mãe, que tem uma relação próxima com o pássaro, sempre que apanha o quarto aberto onde o tear está pendurado, vai lá dar o seu toque. Ou seja, cortar as linhas de suporte. Não recordo o tempo que me levou a fazer, mas vejo-o rápido a cortar as linhas. O presente, com as suas acções, desenrola-se no tempo que é. Mas, rapidamente pode começar a desaparecer, como com um bico de um pássaro. Claro que não quero que a recordação se desfaça ou perca, mas ainda assim deixou-me a pensar: e se se perdesse? Por vezes temos de libertar pesos de coisas feitas. Não permitir que o pó do antigo se acumule, mas procurar integrar em caminho novo. Seja como for, ainda quero olhar o tear e recordar a sensação de felicidade quando o terminei. As cores de céu podiam ser de amanhecer ou entardecer. Sempre achei interessante as passagens para algo novo. E curioso ser o Bereshit (a primeira palavra bíblica, traduzida por “No princípio”) a soltar o tear do suporte.


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