[Secção coisas de nada] Gosto da noite. Atrevo-me a dizer que tenho mesmo um suave fascínio. Há bastante tempo, era pela noite no seu sentido louco, de danças em pistas ou em cima de colunas, entre conversas divertidas, com gin tónico apenas gin, água tónica, gelo e uma rodela de limão. Sorrio ao recordar. Agora, sou mais da noite no mistério do silêncio, que permite outras conversas, a maioria interiores, algumas intimistas, como aconteceu com bons amigos na noite em que tirei esta foto. A beleza era imensa. A noite é espiritual. Jacob lutou com o anjo até à aurora. Nicodemos encontra-se com Jesus durante a noite. S. João da Cruz abriu-nos à noite escura da alma. É preciso saber atravessar as noites, fazer silêncio, observar e escutar os meandros de nós, na existência, no fulgor de nós para nos permitirmos receber algo novo. Crescer. Ser adulto na fé, nas relações, na vida. Gosto da noite, com suave fascínio. No dia seguinte à foto voltei à praia sozinho. Não lutei, dancei e mais uma vez deu-se um luminoso e novo suave nascimento.
domingo, 5 de setembro de 2021
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