quinta-feira, 29 de abril de 2021

Dia Mundial da Dança



[Coisas na vida de um padre no Dia Mundial da Dança] A propósito deste dia, fui entrevistado para o suplemento do Diário do Minho, Igreja Viva, da Arquidiocese de Braga, sobre dança, corpo, vida. Também no mesmo suplemento vem a minha recente nomeação como assistente arquidiocesano da Pastoral da Família. Peço a oração ou pensamento por esta nova missão. Obrigado! Haja movimento habitado e dançado por Deus, com vida em coração. 


É possível descarregar o suplemento aqui: https://www.arquidiocese-braga.pt/igreja-viva/28769


quarta-feira, 28 de abril de 2021

Conversa com Vera Kolodzig



[Coisas na vida de um padre] A actriz Vera Kolodzig desafiou-me para uma conversa no seu podcast Kológica. Falámos de fé, de corpo e de tantas outras coisas em boa partilha. 


Aqui fica o link: https://open.spotify.com/episode/3CJxcrJV5hwX4l9mkIh7cE?si=h2LXhhgDQiybvhv7cUYb8g


terça-feira, 27 de abril de 2021

Abraços



[Secção pensamentos soltos sobre abraços] Ia a conduzir. Em segurança, parei o carro para contemplar um abraço sentido. Ainda estive tentado em sair e agradecer. Apercebi-me que era claramente um reencontro entre duas amigas, com os sacos das compras na mão e, ali, em tempo parado, abraçadas. Tive pudor em tirar uma fotografia. E fiquei apenas a contemplar. Elas nem se aperceberam do carro. Notava-se mesmo o tempo em espera de esperança. 


Estamos a necessitar de abraços. O momento que tive a felicidade de presenciar condensou todos esses desejos de reencontros e de abraçar, em silêncio, sem dizer nada mais a não ser a presença e aconchego de “senti tanto a tua falta”. Este tipo de momentos eram muito frequentes nos aeroportos. Nos tempos actuais, o longe tem sido tão perto, às vezes na diferença de ruas abaixo ou acima. O abraço traduz essa vontade de estarmos e percebermos que o outro é importante na nossa vida. Sim, podemos estar sós, mas o outro traz-nos a complementaridade da conversa, da história, da vida, das perspectivas que nos impedem de ficarmos fechados em bolhas. Há outros mais próximos. Há outros mais distantes. Todos, se estivermos de coração pronto para a escuta, são possibilidade de crescimento, do que queremos seguir, do que não faz sentido, do que pode acrescentar possibilidade a algo novo. 


E viva a tecnologia. Mas, o toque de pele em abraço sentido humaniza-nos. Não somos mera imagética ou fantasia. Somos carne a falar desde o afecto que nos transforma o ser. Não me admira Deus ter sonhado, desejado, querido, assumir humanidade em carne. Nos abraços que deu passou-nos divindade. Nos abraços que damos, sentidos, com o tempo suspenso, transmitimos divino. Que cada abraço, como aquele abraço, seja oração. 


segunda-feira, 26 de abril de 2021

Sol. Luz. Deus.


[Secção coisas de nada] O sol espreitava entre a folhagem no entardecer. A tirar a fotografia, ampliada, o grande luzeiro espalha-se em ondas. A imaginação levou-me a portais a atravessar universos de história, onde poderíamos encontrar novos tempos ou pessoas antigas. Momento de ficção científica. Ou simplesmente de oração. Respirei fundo. Fiz silêncio. Observei a luz. Agradeci as memórias e sonhei com o que pode ser feito desde a luz não tanto minha mas d’Ele que quer renovar todas as coisas. Às vezes há desejo de um deus à medida. Mas Ele não se deixa medir. Apenas iluminar. Passado um pouco, tinha atravessado a folhagem e recolhia-se para lá do monte. O silêncio continuou, habitado pela vontade de novos tempos com Deus. 


domingo, 25 de abril de 2021

Liberdade


[Secção pensamentos soltos sobre Liberdade] Penso na liberdade como horizonte de olhar límpido de medos. O medo é o grande limitador da liberdade. Em suaves graus até nos pode proteger a vida, mas mal trabalhado ou intensificado por interesses desajustados, consciente ou inconscientemente, torna-se devastador, levando a ditaduras de relação e, em cúmulo, políticas. As fobias sociais e religiosas fazem mal. Matam. 


Somos chamados à liberdade, não ao medo. Desafia-me conhecer em profundidade Jesus, o Bom Pastor: a sua vida entregue livremente mostra-nos o caminho de quebrar as correntes do medo, das mais fortes às mais subtis. É fundamental tomar consciência desses mecanismos que impedem o profundo do humano, a inteligência e a liberdade, e fazermos caminhos de fraternidade. 


Esta fotografia foi-me enviada por um amigo Imã. Tirada por ele lá em Mossoul. “Pensei na nossa amizade sem medos, no sítio de destroços que podem falar de vida para lá das diferenças.” A liberdade é esse lugar onde tocamos a fragilidade da existência e, desde a responsabilidade, começamos a soltar medos, fobias, reconhecendo o outro, para lá dos gostos, como digno de vida. 


sábado, 24 de abril de 2021

Breve oração




Marta José - dreamaker 


[Breve oração em regresso]


Agradeço-Te

a suavidade da paciência, na espera atenta,

na escuta do clamor, no acolher da lágrima,

no respeito pelo tempo nosso, no despertar

do sorriso, enquanto delicadamente apontas

as distracções e os pecados que impedem

o sim ao Amor maior na vastidão da Tua luz


Peço-Te

força e alento no caminho 

até ao tamanho da semente de mostarda

e ser lançado ao húmus de novo amanhecer

onde todos nos reconheceremos irmãos


quinta-feira, 15 de abril de 2021

Pausa para Exercícios Espirituais



[Secção pausa para Exercícios] Estes dias mais desligado das redes têm sido bons, em especial para preparar a próxima semana. Volto para dizer que entro esta noite em silêncio, a fazer Exercícios Espirituais, para a escuta do diálogo entre Deus e mim mesmo. Desde os últimos que fiz, há pouco mais de um ano, tanto aconteceu. Entrámos em pandemia, e foi o ano que orientei mais retiros, escutando por isso um grande número de pessoas, sendo-me dada a permissão de entrar nas suas vidas em terreno sagrado. Também em família, com o que vivemos com o meu pai, muitas perguntas surgiram. No silêncio, mais do que respostas, quero encontrar o que Deus quer. Isso é sempre bom. E como guardo nomes no coração, também os trago-te Ele. Peço-vos a oração ou o pensamento. A minha por cada pessoa está garantida. Até breve. Abraço demorado.