segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Conversão à união



Nasa


[Secção pensamentos soltos em dia da conversão de S. Paulo e seguinte de eleições] Dancei esta conversão como trabalho para a cadeira de Cartas e Epístolas de S. Paulo, na licenciatura em Teologia. Tenho, por isso, bem presente em corpo, em movimento de alma do que é ser “fariseu, perseguidor e irrepreensível” e que por causa de Cristo considera tudo o que foi como “perda, esterco” (Cf. Fil 3). Quem se deixa encontrar por Cristo revê toda a sua vida e as suas acções passam a promover união, cuidado pelo outro, respeito, não se entendendo como novo messias. Esse já veio e morreu na cruz por todos, sem excepção.


A união entre adultos não é simplesmente um dar de mãos e dizer “está tudo bem”. A união entre adultos implica saber dialogar desde a razão e a emoção de modo a que a dignidade seja vivida sem ataques mútuos, mas de compreensão onde residem as verdadeiras dores, falhas, problemas, com objectividade, para além de ideologias. Para compreender é preciso conhecer, em concreto, sem se ficar em generalizações de meia dúzia de caracteres de rede social. Não são os deste ou daquele concelho, mas cada pessoa que deixa que o medo, a indignação, a incoerência ganhe peso na sua existência e devolva com a mesma moeda de ódio, ainda que muito envolta de progressismo colorido.


É mais que certo que Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente reeleito, leu as Cartas e Epístolas de S. Paulo. O seu discurso de reeleição revela a sensibilidade humanista de modo a “continuar a ser um Presidente de todos e de cada um dos portugueses, um Presidente próximo, um Presidente que estabilize, um Presidente que una, que não seja de uns, os bons, contra os outros, os maus, que não seja um Presidente de facção, um Presidente que respeite o pluralismo e a diferença, um Presidente que nunca desista da justiça social.” Atravessamos tempos de muita exigência, que obriga a grande e séria reflexão, de modo a diminuir ataques a pessoas e a desenvolver argumentos e acções que, dando voz à sensatez e ao sentido da democracia, da liberdade e da responsabilidade, dignifiquem cada pessoa.


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