[Secção pensamentos soltos em dia mundial da filosofia] É hoje. Há dois dias antecipei-me a começar a celebrar. Como qual outro “dia mundial, internacional, universal de”, também este é todos os dias. Que seria do ser humano sem a arte de pensar? Deixando-se divagar, deleitar e concretizar sobre si, o que o rodeia, em expansão de busca? Isso não é de um tempo específico, mas de cada segundo no caminho de humanização.
Quando comecei a dançar, a descobrir a autenticidade do movimento, apercebi-me do corpo pensante. Temos o lobo frontal do neo-córtex como o centro do pensamento. Mas toda a rede neuronal pelo corpo leva a que literalmente todo o nosso ser pense. É preciso atenção, escuta desses sinais do sentir que despertam a reflexão. Habitarmos o ser pensante em corpo é permitirmos que haja expansão de nós, levando-nos a sair da pequenez de perspectivas, modos de estar, de entender a cultura e o próprio ser humano. Pensar é fundamental para sair dos extremos. Pensar desde o corpo é reconhecer a importância da relação entre o indivíduo e a comunidade, em que ambos se transformam quando se libertam de estruturas rígidas do entendimento do bom, do belo, do uno e do verdadeiro.
Para pensar bem é preciso ir mais além do conhecimento adquirido. É continuar a desejar aprender, sabendo que tanto fica por saber. É respirar a humildade na colaboração de saberes. É permitir que a pergunta seja espaço e tempo de humanidade. É dançar com as respostas que iluminam o caminho para outras perguntas que conduzam à liberdade de pensamento que humanize.
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