sábado, 25 de abril de 2020

Liberdade




[Secção pensamentos soltos sobre liberdade] Quantas vezes não aconteceu, diante de uma fotografia ou a ouvir uma música, durante a leitura de um romance ou poema, a meio de um filme ou série, enquanto se passeou por uma planície ou no meio de uma grande cidade ou pequena povoação, a imaginação nos levar a sítios amplos e vastos, dando espaço à livre criação? Incontáveis.

O acto criador é um momento de grande libertação. Dá-se nascer. E tantos são os nasceres de vida. Uns mais pacíficos, outros autênticas revoluções para soltar amarras de qualquer opressão, relacional, política, religiosa, cultural. A liberdade é a abertura de horizontes, onde respeito e responsabilidade partilham o caminho da honestidade que alimenta a dignidade. Para que tal aconteça é fundamental a verdade, tanto intelectual como emocional. Ninguém é detentor da liberdade, mas todos somos atravessados dessa possibilidade: independentemente da condição que se vive, há a decisão de se ser profundamente livre com este aqui e agora concreto. Isto vai para além do lado político, mas entra no campo da existência. 


Ser livre na existência implica detectar apegos, prisões, ditaduras, opressões de alma que distorcem a acção humana. Quem se atreve ao exigente caminho de liberdade de coração e de alma, deseja a liberdade do outro, passando a gestos de vida, de juntar dons e talentos na colaboração desde perspectivas diferentes. Ainda mais em tempo novo, este que vivemos, que nos impele a descobrir, mais além do que nos separa, o que nos une no cuidado, na solidariedade, na dádiva, na busca da “paz sem vencedores nem vencidos” que nos leve a amanhecer sem medo de amar livremente. 

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