[Coisas na vida de um padre] Amigas e amigos leitores daqui d’oinsecto, um abraço. Nos últimos tempos, de 12 a 21 deste mês, estive mais silencioso. Fui a Cabo Verde, mais especificamente Mindelo, Ilha de S. Vicente, orientar formações e algumas celebrações. Logo à chegada assisti à abertura do Carnaval, com as danças dos Mandingas com som vibrante que contagia. Foi mesmo bom sinal para os dias que conheci a terra da maravilhosa Cesária Évora.
As formações foram durante a manhã, tarde e noite, com grupos diferentes. A exigência atenuava-se com a atenção diante o gosto de saber que percebia em cada olhar. Falei dos temas que me apaixonam: luz, sombra, movimento, proximidade da espiritualidade e de Deus. Numa capela, deparei-me com esta imagem de Maria com Jesus no regaço. Senti luz na sombra de esquemas mentais sobre Deus, onde a encarnação, a entrada de Deus no concreto da história, ganha sentido. A proximidade de Deus vive(-se) na simplicidade.
Foram mesmo dias intensos de partilha, formações, conversas, escuta, olhares, celebrações, conhecimento de terras novas. Muitas vezes ouvi que as pessoas deste país eram de imenso acolhimento. Nas duas ilhas que estive, São Vicente e Santo Antão, confirmei de forma vincada: são maravilhosamente acolhedoras. O Monte Cara, uma das imagens de marca de Mindelo em conjunto com a beleza do azul da Laginha, é mesmo revelador de rostos que falam de vida. Fica a “sôdade” e muito para digerir destes dias.
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