[Secção pensamentos soltos em dia da Sagrada Família] Do básico: somos seres de família. Independentemente do tipo de família, esta realidade caracteriza-nos, sendo também a base da sociedade. É desde as relações iniciais que se começam a estruturar personalidades: do melhor ao pior. Da profundidade do equilíbrio em amor, à desestruturação que leva a projecções de idealismos sobre os cônjuges e filhos, a complexidade da família deveria ser pensada a fundo pela sociedade. Recordo que ninguém tem avó, avô, mãe, pai, marido, mulher, filhos, netos. É-se avó ou avô, mãe ou pai, marido ou esposa, filha ou filho, neto ou neta. Isto porque enquanto humanos não somos posse de ninguém. A família deve ser o garante da liberdade, sem cobranças, apenas a viver a responsabilidade de ajuda no crescimento mútuo alicerçado em respeito. Não sendo as crianças adultos em miniatura ou projecções das idealizações (ou frustrações) dos pais, também os idosos não são seres descartáveis como um peso. A responsabilidade mútua significa saber acolher a força e a debilidade, onde cada pessoa, em profundo amor-próprio, tem consciência do seu lugar na relação sem impor. Porque deve ser algo a reflectir em sociedade? Muito do cansaço das famílias poderia ser atenuado se fôssemos mais comunidade de entre-ajuda, de acolhimento, de modo particular nas situações mais duras, tanto a nível económico, como social. Para isto necessitávamos todos de parar e fazer um bom exame de consciência: agradecer as luzes, no tanto bem que existe na família, e reconhecer as sombras, percebendo o que há a fazer para iluminá-las, em caminho de perdão e reconciliação possíveis. Se em qualquer momento surgir a necessidade de distância e de pedido de ajuda, que se consiga coragem para dar esses passos de liberdade. E que haja cada vez mais gente pronta a acolher e orientar para a profundidade do amor. Todos ganharemos.
domingo, 29 de dezembro de 2019
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário