segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Cores para curar a agressividade




[Secção pensamentos soltos sobre cores no combate à agressividade] Quando há umas semanas passei pelo Thyssen, este foi um dos quadros onde me detive: “Expansão da luz (Centrífuga e Centrípeta)” de Gino Severini. Recordei-o há pouco durante a minha oração. Trazia ao de cima o desejo de mais luz para o nosso mundo. Em tempos com maior informação, a quantidade de obscuridade, seja em “fake news”, em agressividade nos comentários e nas relações, em atentados religiosos em gestos e palavras, tem muita força. Por isso, é claro que a luz tem de nos atravessar as almas pessoal e social, permitindo a expansão da cor na sua diversidade. A minha experiência dos últimos tempos é a de que mais pessoas estão interessadas na espiritualidade como caminho de encontro. Há desejo de busca de Paz. Isso acontece quando me abro ao conhecimento amplo do outro. Usando uma expressão de Sto. Inácio, sair do meu “amor, querer e interesse” não é apenas uma abnegação infantil de deixar de fazer o que gosto ou tenho vontade. É permitir-me sair da minha visão e vontade redutoras que impeçam a expansão da luz para uma maior humanização. A agressividade é sinal de fechamento no amor, no querer e interesse. Quem agride está em trauma e, em vez de avançar para a cura desse trauma, defende-se atacando. Falta-lhe cor. Falta-lhe cura. Falta-lhe amor. Daí a  minha insistência da travessia da luz nas sombras. Se isso não acontece na vida de cada um, haverá fechamento. Natal e Páscoa vão de mãos dadas. Cristo veio trazer luz ao mundo, dando-lhe a cor divina e expansão de unidade na diversidade. 

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