[Erri de Luca, “En nombre de la madre”, p. 85]
[Em preparação para a beleza do Nascimento que tudo mudou, que tudo muda]
- Eu desenrasco-me, aqui estarei muito bem. Encontraste um lugar adequado, quente e tranquilo. Eu desenrasco-me, José, sou mulher para isto. Ao amanhecer ponho-te Jesus ao colo.
As dores tinham começado. José colocou um pouco de palha sobre umas pedras secas, estendeu por cima uma manta e peles. Pedi-lhe a faca e uma bacia de água. Deitei-me. O coração latia com mais violência, os latidos ressoavam nas têmporas, como para fechar os olhos. Ninguém à minha volta, o pequeno estábulo estava fora, nos campos. Uma luz caía desde a abertura do tecto de canas e ramos. Era ele, o cometa, posto no céu como um luzeiro. Antes de nos separarmos, passei-lhe a mão pelo cabelo, sorrimo-nos.
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