[Secção pensamentos soltos] Parar. É um verbo. Sabemos que os verbos falam de acção, de dinamismo, de movimento. Então, o verbo “parar” pode ser um paradoxo vivificador. O acto de paragem, incomodativo em meios que fazem igualar humanidade a produtividade, torna-se revolucionário. Paro ante o exterior e permito que seja o interior a movimentar-se pelos meandros da minha história, cheia de emoções, sentimentos, perguntas e respostas, desvelando a beleza da existência. A revolução dá-se ou de rompante, ou de passos suaves, pela descoberta do imenso que sou e vivo. Diminuir a velocidade da vida, dando-me tempo para escutar e ver é exigente. “Nãos” têm de ser ditos, em nome de um sim maior ao acto de presença. Também e, a meu ver, principalmente, diante de Deus. Há medo de parar. Afinal, há o fantasma de “parar é morrer”. Mas, e se eliminássemos o fantasma e permitíssemos a morte desse medo? É certo que parar é morrer para algo. Mas necessário para uma Vida com mais sentido. Parar para pensar, rezar ou simplesmente estar… sem mais, na atitude de quem sabe contemplar e agradecer. E na paragem, nesse silêncio que vai diminuindo ruídos, percebemos o que realmente importa: amar(-se). Outro verbo (difícil, sim!). Agora, em dinamismo exterior de gestos concretos na direcção do próximo.
domingo, 18 de novembro de 2018
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