domingo, 8 de abril de 2018

Ver para crer




Jonathan Jallet

[Secção pensamentos soltos em II domingo de Páscoa] Este é o Domingo do famoso “ver para crer” de S. Tomé. Visto na superficialidade, parece que Tomé pede o inadmissível. Para nós, com visão de dois milénios de ressurreição garantida, o pedido aparentemente já não tem sentido. Mas, quantas vezes não acreditamos no que nos dizem? A incredulidade de Tomé segue-se a acontecimentos de grande brutalidade. A cruz não foi apenas um momento menos simpático. A cruz foi o derrubar da crença em alguém que prometeu a salvação, a mudança da relação com Deus, a transformação da humanidade. Quantos políticos não nos prometem “mundos e fundos” e, já tendo o poder, acabam por não cumprir? Seria Jesus mais um charlatão? Jesus não é um político. Jesus é o humano pleno, com a vida orientada para o justo encontro com o Deus da Vida. Também por isso, a cruz é resultado desse anular da mentira política e religiosa, e de forma bruta. “Ver para crer”. Jesus aparece diante dos discípulos medrosos e afirma a Paz. A ressurreição traz justiça e Paz. Não no etéreo, mas com as marcas da cruz. Tomé, então, representa aqueles que desejam profundamente acreditar em Deus que nunca engana. Apesar da brutalidade dos sofrimentos, a Paz do Senhor ressuscitado garante o sentido de todas as coisas. Ou seja, a experiência da fé, nessa busca que pode implicar dúvida, conduz à paz. Quando se encontra a paz, toca-se o lado do Senhor e percebe-se que a humanidade transforma-se mais um pouco em Vida divina. 

2 comentários:

  1. Elvira21:46

    Jesus conduz e transmite paz e amor, bom seria que todos entendessem essa mensagem e a humanidade seria bem mais feliz.

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