quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Breve oração




Kos Karathanasis

[Breve oração antes de adormecer]

Escuto os ecos do dia. Apesar da profecia rejeitada em terra própria, agradeço-Te a tranquilidade de querer bem, na fé que dissolve fronteiras. 

Que o novo amanhecer continue a despertar autenticidade no olhar ao próximo.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Agitar a fé




Naomi Sugitani

- P. Paulo, obrigado por aquele momento ontem na Missa.
- Hmm, um gosto. Mas, qual em específico?
- Logo ao início, quando disparou: “que estão aqui a fazer?” E depois de nos convidar a sentar, todas as outras perguntas para pensarmos sobre o nosso sentir, sobre alguém por quem estamos a rezar. Bem, mas foi forte pensar sobre o que estou a fazer na missa. 
- O ritual só tem sentido quando vivido desde as entranhas. Por isso, há que agitar de vez em quando. A vida em e com Deus não pode ser de comodismo ou de acomodar, mas de movimento que leve a mais. As missas são uma seca quando estagnamos a relação com Deus.
- Pois, e eu desde ontem que ando a pensar nisso tudo na minha vida. A fé torna-se coisa pouca quando acomodada, não é?
- Se é. Por isso, há que agitá-la com muita autenticidade connosco próprio e com Deus, percebendo a vida no ritual.

domingo, 28 de janeiro de 2018

Joaninhas



[Secção pensamentos soltos] Gosto muito de joaninhas. Acho-as delicadas. Apareceu-me uma e deixei-a caminhar pela mão. Entre linhas nem a sentia, tal era a sua suavidade. Enquanto a olhava, recordei os momentos em que tenho de ser suporte firme para que as crianças possam crescer com delicadeza e cor. E ao chegar o tempo certo, na liberdade que nos caracteriza enquanto humanos, permitir o voo.

sábado, 27 de janeiro de 2018

Sombras e luz



[Secção outros tons] O lado misterioso da vida desperta perguntas. Investigam-se sombras. Desvela-se luz.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Celebração Ecuménica




Samuel Afonso,sj

[Coisas na vida de um padre] Termina hoje, em dia da conversão de S. Paulo, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Aqui no Colégio das Caldinhas temos alunos e educadores de outras confissões cristãs. Então, convidámos os Pastores das suas Igrejas e rezámos juntos em celebração ecuménica. Cristo chama-nos ao serviço e à paz. Em oração, fazemos caminho. 

Projecto






[Coisas na vida de um padre] Quando alguns projectos começam a ganhar forma, apetece agarrar. É muito emocionante. Que dia bonito para o primeiro encontro com o rascunho do projecto: dia da conversão de S. Paulo.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Igualdade na dignidade





David Alan Harvey

[Secção pensamento solto, em jeito de desabafo] Opor mulher e homem não é, de todo, caminho de promoção de igualdade. Nesta questão, nenhuma pode ser a boa ou a má da fita e nenhum pode ser o bom ou mau da fita. A promoção da igualdade na dignidade tem de partir do princípio do respeito mútuo, na complementariedade que cada qual pode dar à humanização da relação. Fora isso, entramos em fundamentalismos, ora machistas, ora feministas, que agridem. E, na agressão, todos saem derrotados. Na união e no respeito, todos são vencedores.

Conversa na Escola Alberto Sampaio



Rita Fernandes

[Coisas na vida de um padre] A convite da Rita Fernandes, directora do CAB - Centro Académico de Braga, estive a moderar uma conversa entre Félix Lungu (Fundação Ajuda à Igreja que Sofre), P. Vasyl Bundzyak (Igreja Ortodoxa Ucraniana), João Quesado (Estudante de Comunicação Social e director do jornal ComUM) e Maria Portela (Estudante de secundário) sobre Liberdade Religiosa - Tolerância/Diálogo, na Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga. Quando as conversas são boas, sabe sempre a pouco.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Breve oração antes de adormecer



Han Lin Teh

[Breve oração antes de adormecer]

Agradeço a confiança em cada conversa. Nesse pôr de palavras de encarnar o autêntico sem fugas de identidade e acontecimentos. Dá-se liberdade e é-me permitido tocar sagrado em cada vida breve ou longamente iluminada.

Peço-Te
limpidez de silêncio e de escuta.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Breve desabafo em oração



Dolores O'Riordan



[Secção memórias em jeito de homenagem] E de um momento para o outro, ao ouvir Cranberries, a voz de Dolores O’Riordan, voo até aos idos tempos em que estava no 9.º ano. Recordo conversas de turma, o vídeo para a disciplina de Saúde, a frustração de paixões perdidas, os corredores dos pavilhões de aulas, os sítios de encostar à conversa nos intervalos, as listas para a Associação de Estudantes, a escrita no quarto ao final do dia com emoção e desejos de futuro. A história tem marcas de pessoas e de vibração de músicas em momentos precisos.

Dolores, thanks for all… till infinity.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Breve oração antes de adormecer




Chad Butler

[Breve oração antes de adormecer]

Agradeço-Te as perguntas e a liberdade de perguntar-Te tudo, percebendo que não exiges nenhuma perfeição para além de amar. Fico em silêncio ao ver-Te iluminar novas perspectivas de ser.

Que eu não me canse de responder-Te. 

sábado, 13 de janeiro de 2018

Dar atenção aos ruídos




Rhana Chakrabarti

- P. Paulo, fala tantas vezes de silêncio, de fazermos silêncio, como consegue? É tão difícil. Eu não consigo. São muitos os ruídos.
- Bem, antes de mais, há que dar de vez em quando atenção aos ruídos. 
- Como assim?
Levantei-me. Escolhi uma música calma. 



Play. 
- Tome esta folha branca e a caneta e deixe-as de momento no colo. Assente os pés no chão, endireite as costas, pouse as mãos sobre as pernas. Feche os olhos. Vamos fazer três inspirações/expirações profundas enquanto acompanha o som da música. Este tempo é seu. Tome consciência do aqui e do agora. Mais três inspirações/expirações. Liberte o pensamento. Pegue na caneta e na folha e escreva o que lhe vem ao pensamento sem filtrar nada. Não se preocupe em ver. O que está a preocupar? […] O que incomoda na vida? […] A que é que chama ruídos? […] O que está a impedir de fazer silêncio? […] Quando sentir que é o momento, pouse a caneta e volte a colocar as mãos sobre as pernas. E mais três inspirações/expirações profundas. Tome novamente consciência do aqui e do agora. Quando sentir, pode abrir calmamente os olhos. 
- Que leveza…
- Repare na folha.
- Que confusão. 
- E o sentir?
- Leveza e calma.
- Passou os ruídos para o papel. Mas, em consciência, consegue dar nome a algumas coisas que provocam ruído. Dê-lhes a atenção e a importância ajustada. Perceba o que pode fazer sem ajuda. O que tem de fazer com ajuda. O que, de momento, não pode fazer. E vai dando espaço e tempo para a leveza e a calma poderem continuar.


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Breve oração




Francisca Dias

[Breve oração antes de adormecer no Dia do Obrigado] 

Agradeço-Te os detalhes de amizade, no (re)conhecer de beleza e que recordam a Tua presença. 

Ajuda-me a viver sempre de coração agradecido. 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Dizer a verdade




Ahmad Masood/Reuters


[Secção pensamentos soltos] “Dizer a verdade é a ferramenta mais poderosa que temos.” Uma das frases mais marcantes do discurso de Oprah Winfrey que hoje circula pelas redes. Quando a ouvi ressoou-me a famosa pergunta de Pilatos aquando da condenação de Cristo: “O que é a verdade?” Oprah tem toda a razão com aquela afirmação. E é triste que ainda tenha de ser formulada com tanta veemência de modo a que não haja mais condenações injustas, em especial pela desigualdade no trato. Afinal, a verdade reveste-se de justiça e de autenticidade. O respeito por si próprio e pelo outro tem de ser atravessado pela verdade. Em muitos contextos, ainda é ensinado que há seres humanos inferiores, seja pela questão sexual, seja pela cor, seja pela nacionalidade, etc. etc.. Os ensinamentos atravessam o inconsciente colectivo, arraigado na cultura que subtilmente vai diminuindo e abafando o outro que tem medo: da denúncia, do gozo, da humilhação, da morte. Viver a verdade, no seu sentido de autenticidade e justiça, é mais difícil do que parece. Implica atravessar as sombras das dores de vida, do que talvez possa ter sido ensinado como “sempre foi assim”, em contextos sociais e religiosos que maltratavam quem não tivesse poder. Daí a importância da educação, tanto de pequenos como de adultos. Educar para a justiça que passa, insisto tantas vezes, pelo educar ao amor próprio. Quem tem amor próprio sabe libertar-se de jugos de opressão. Basta ler muitos comentários on-line ao discurso de Oprah para se perceber como a falta de educação abunda e sobretudo para se perceber que, sem se dar conta, dão razão ao próprio discurso. Não sei quantas mulheres e meninas  (e também homens e meninos… porque a violência sobre eles é também uma realidade muito dura e mais escondida ainda) vão escutá-lo e conseguir dar passos de libertação. Deveria ser simples e tudo mudar para o “novo dia” que Oprah refere. No entanto, na complexidade da existência, cada um de nós é chamado a fazer um exame de consciência sobre o modo como trata o próximo… em especial, o mais desprotegido, sem auto-enganos, buscando a verdade. Tomando conta que haverá algumas pessoas que rejeita, maltrata, anula, tentar perceber porquê. O problema pode estar na outra pessoa, como em nós mesmos. Na dúvida, aconselho a pedir ajuda a quem possa contribuir para o seu crescimento. Sim, a verdade é importante antes de mais consigo mesmo, depois com os outros, levando a denunciar qualquer tipo de injustiça que atente a dignidade e o respeito pelo outro, independentemente da idade, sexo ou estatuto social. Que se continue a fazer caminho de humanização.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Breve oração... em dia de Epifania




Peter Nestler

[Breve oração antes de adormecer em dia da Epifania]

Agradeço-Te a luz que ilumina caminho de novas perspectivas de Ti.


Nas interrogações ou dúvidas, peço-Te força e ânimo para buscar as respostas que em autenticidade derrubem tudo o que possa bloquear a nossa relação.

Boas recordações


[Coisas na vida de um padre] E chegam boas recordações de um dia bonito e cheio de Vida.

sábado, 6 de janeiro de 2018

38 anos de baptizado



[Secção memórias] 38 anos passaram desde esta fotografia. 38 anos de baptizado em dia de Reis. Na altura, nada sonhava do que iria viver na relação com Deus. Nem qualquer noção do significado de ligar-me profundamente a Cristo Profeta, Sacerdote e Rei. Olhar para o que esta fotografia evoca, é ver o tanto que já vivi de busca, de perguntas e respostas, de presenças e ausências, de arrebatamentos espirituais calorosos e arrefecimento de vazios, de confirmações e de incertezas em decisões, que me levou desde a fugir da catequese ao sim em ser jesuíta e padre. Já questionei muito, ainda questiono outras tantas coisas, mas, em honestidade comigo próprio, nunca questionei a existência de Deus. Sempre fez parte de mim. Com consciência de que para alguns pode ser loucura, para outros estupidez ou algo ridículo, esta certeza do Amor feito Carne, que conhece e deseja amar cada canto do ser humano, em inclusão e universalidade, está-me presente na existência. Agradeço a decisão da minha Maria e do meu José em baptizar-me desde bem cedo e, depois, em dar-me a liberdade na descoberta da minha vocação. 38 anos passaram desde esta fotografia. 38 anos de baptizado em dia de Reis. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Notas de silêncio... crepitam




[Secção coisas final de dia] Crepitam notas de silêncio que abrasam o tempo para escutar as perguntas e respostas autênticas de final de dia: que e quem quero agradecer? Que momento mais me marcou? Houve alguma conversa que tenha ajudado a crescer? Dei-me tempo? Amei-me e amei... mesmo se alguém me tenha desvalorizado?

E deixo que a cálida luz ilumine o merecido descanso.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Santíssimo Nome de Jesus



Paul Haring/CNS

Nós, jesuítas, celebramos hoje a Solenidade do Santíssimo Nome de Jesus. Somos mais conhecidos por jesuítas, mas Sto. Inácio, aquando da fundação da Ordem, fez questão de que se chamasse Companhia de Jesus. É de recordar que o nome traz identidade, permite identificar. Longe de ser uma designação convencional, em muitas culturas expressa o papel de um ser no universo: o ser e a natureza através da missão e das acções que realiza. Deus, no livro do Génesis, cria, pondo nome aos astros e pede a Adão que dê nome a cada um dos animais. O nome dado ao ser humano no nascimento expressava a actividade ou o destino que cada qual levava. Pensando em Jesus, o nome traduz a força de ser “Deus connosco”. Sendo nós companheiros d’Ele, então, hoje é dia de recordar a nossa missão de anunciar, por esse mundo fora, como em Jesus se anula a distância em relação à divindade, tornando-nos amigos e, de forma ainda mais profunda, irmãos em Deus. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2018