domingo, 8 de janeiro de 2017

Não escrevo sobre Mário Soares




Lucas Bariberi

[Secção pensamentos soltos] Não escrevo sobre Mário Soares. Pela idade, falta de conhecimento histórico-político, por ler factos, tanto de méritos e louvor, como de infelicidade nos actos e palavras, ou, simplesmente, fazer-me reacção o bombardeamento de informação, não me permite ter uma visão crítica o suficiente para me manifestar. Poderia fazê-lo com uma simples frase de reconhecimento, mas, ainda assim, seria demasiado simplista da minha parte. Com a Dra. Maria Barroso ainda estive algum tempo à conversa, já jesuíta, na Igreja do Colégio em Portimão. A Mário Soares, quando era Presidente, apertei a mão por duas vezes entre os meus 6 e os 8 anos: na Praia do Vau e na Rua do Comércio, em Portimão. E isto, de facto, é muito pouco. 

Permito-me escrever ao de leve sobre algo que já vou percebendo um pouco mais: educação. A educação não se restringe à escola. A base, sabemos, é em casa (seja o que casa for, já que na actualidade pode haver duas ou mais casas, e uma delas ser  a ou uma instituição de acolhimento). Nós aprendemos por imitação. Não adianta muito dizer algo quando o que faço é o contrário. “Não se grita às pessoas”, quando o modo de falar (ou escrever!) é aos berros com a mulher ou marido, ou o vizinho, ou com quem não se gosta. É fácil perceber que qualquer coisa não vai bem com quem é azedo nas palavras e nos gestos. Não, não é uma questão de personalidade, mas de problemas afectivos, consigo e com o mundo e isso pode ser tratado. A educação passa por um trabalho pessoal de reconhecimento de como se está e saber que o que se diz ou faz tem implicações ao nível pessoal e social. 

Há a forte necessidade em exprimir o que se pensa. Até aí, tudo bem. Faz parte do relacionamento humano podermo-nos manifestar com opiniões e modos de ver a realidade. No entanto, saber a diferença entre “mandar o bitate” e manifestar o pensamento, com argumentos e sentido, é de extrema importância para o bom decorrer da liberdade de expressão. De forma intensificada desde ontem depois das 15h30, mais uma vez se confirma que a Educação anda bastante turbulenta. A base é em casa. Muito do resto também é político. Depois de análises sérias, há sempre tempo de mudar… evidentemente, para melhor. 


Ontem, na Missa, como sempre faço quando alguma personalidade morre, pensei em Mário Soares. Enquanto português, faz parte da minha história.

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