domingo, 5 de junho de 2016

Pensamentos soltos, depois de dias de muito.




Mel Kevin Jumangit


[Secção pensamentos soltos: questões de fé, ódio, perdão e vida] Estes últimos dias foram muito cheios. 5.ª e 6.ª, visita de estudo com o 5.º ano a Lisboa (todos ao rubro e eléctricos, parecendo milhares, muitos milhares). ;) Ontem, casamento luso-belga em Óbidos, onde voltei a dar asas ao “franciú”. ;) Depois, Baile de Finalistas, com muito glamour e emoção e recordações. Hoje, celebrei uma Missa de manhã e celebrarei mais duas durante a tarde. Assim, nestes dias, durante as viagens, estando com tantas pessoas diferentes, com mais ou menos fé em Deus, e enquanto preparava as homilias, pensei no bem e no mal que nós, gente de Igreja, em especial padres, podemos fazer. De onde é que este pensamento vem? Por um lado, muitas pessoas vieram agradecer-me as celebrações, algumas comentando que estavam afastadas da Igreja e o porquê, por outro, entre leituras de artigos de opinião, posts, conversas, apercebo-me de muita gente ferida na relação com Deus. O ódio, o rancor, o ressabiamento, mais ou menos disfarçados, impressionam-me sempre e levam-me a pedir perdão, de coração, a Deus pelo mal que nós possamos ter feito em todas estas pessoas. Fazemos muito, mas muito bem, no entanto, parece que uma má palavra, um gesto de recriminação, condenação, exclusão, eventualmente num dia menos simpático, além de ter um eco mais forte, pode abrir feridas imensas no coração de tantas pessoas, acabando por deixar crescer ódio visceral à Igreja, aos padres, até a Deus. Rezo muitas vezes a Missa da reconciliação, também por viver a vocação de construir pontes, sendo alguém a ajudar a que a Paz seja cada vez mais possível neste mundo. Afinal, é impressionante a quantidade de mal-entendidos que impedem o bom diálogo e a compreensão das diferentes partes. Peço muitas vezes a Deus que me ajude a estar atento ao meu sentir, aos meus gestos e palavras, de modo a que a minha acção, ainda mais como padre, possa ser como Jesus, também nessa referência ao profeta Elias, que se compadece, faz parar os caixões e liberta a escuridão desses ódios, deixando que a Vida tenha a palavra mais forte.

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