B. Anthony Stewart
Já como diácono e mais agora que sou padre, tenho recebido, como é normal, casais que pedem acompanhamento e ajuda na preparação para o casamento. Muitos com vontade de fazer serio caminho de preparação e, lá vem um ou outro com cara desesperada porque se atrasaram no processo, ou com ar de “ai que frete lá temos de fazer isto”, ou também versão “super-religiosos”. [Como gosto da natureza humana e da sua diversidade! ;) ] Claro, “há que sempre agradar o padre, para ver se ele nos ajuda!” ;) É normal, natural, tão humano. Por tantas outras questões também passei por isto de agradar para conseguir algo. É isso, é normal, é natural, tão humano. Então, toca a desmontar, pois cada casal é um casal, para podermos ter uma boa conversa com autenticidade e fazer caminho para viverem bem e com profundidade o sacramento. Um casal: “Padre Paulo, gostaríamos de lhe pedir que nos ajude a preparar o casamento. É algo importante para nós, rezamos muito, Jesus, a Maria, vamos sempre à Missa, somos bons cristãos!” [Saliente-se que foi dito a alta velocidade!] “Muito bem, já vivem juntos?” “Ai, não, nada disso!” “Ok, já podiam viver. Caso sim, a conversa seria outra por já terem experiência de vida em comum. Sim, fico contente por saber que tem vida intensa de oração e relação com Deus. Mas, para começar: estão preparados para aguentar com os cheiros um do outro?” “Como?” “Ah, pois, estavam a pensar que a preparação era só a falar das coisas de Jesus e da Igreja? Sim, chegaremos a Deus, antes há que conhecer o humano, para saber como viver a fé também em casal. Não se esqueçam que um dos grandes problemas da vida de casal é a falta de comunicação… e às vezes sobre coisas mínimas, como os cheiros. ;) ” Demos uma boa gargalhada e começámos a caminhar na preparação em humanidade e divindade… afinal, está tudo tão ligado.
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