Matthieu Paley
Escreveu-me um amigo, a propósito do post de há dias sobre a situação da violência doméstica: “adoro a tua Teologia dos Abraços.” Dei um sorriso. Esta frase fez-me recordar muitas coisas, também da nossa amizade. Ao lê-la pensei na quantidade de vezes que fico em silêncio, sem saber que responder, quando escuto a vida de algumas pessoas… ou percebo, para além do que está a ser dito pelas palavras, a realidade mais forte da existência que leva a que sejam rejeitadas ou pela sociedade ou por algumas paróquias ou pessoas ditas religiosas. Há pessoas muito magoadas, doridas, sofridas, com feridas físicas e de vida que lhes atravessam a alma. Muitas vezes não vai de palavras, mas de gestos que dão confiança e que curam, ajudando-as a ganhar ânimo. Tanto pode ser o abraço, como a escuta atenta sem fazer qualquer julgamento das suas vidas. Isto parece básico, mas quanto mais estudo e me apercebo da complexidade humana, mais tenho noção da necessidade de muitas vezes voltar a aprender a respirar, a andar, a amar… neste caminho de ser padre.
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