Rhys Logan
No dia em que a Igreja celebra Cristo Rei do Universo, aquele que julga justamente, vivemos intensos acontecimentos de questões, precisamente, de justiça em Portugal. Cada vez mais me convenço que um dos grandes pecados é o mau uso, indo ao abuso mesmo, do Poder. Seja político, económico, religioso, social, e também virtual. Virtual? Desde ontem tenho lido artigos, posts, comentários, com reflexões interessantes sobre a situação, outros que me dão que pensar sobre a humanidade que se vive. Sim, que se faça justiça, mas não se abuse dela em nome do poder, rejubilando por “sangue alheio”. Que não se mate pelas palavras, na agressividade que dói. Ontem saiu em liberdade Ricky Jackson. Esteve preso 39 anos, mais dos que tenho de vida. Todo o tempo inocente, de uma falsa condenação de homicídio. E afirma isto: “Acho que muita gente quer que eu odeie essa pessoa [que o acusou falsamente] e lhe transmita hostilidade, mas eu não. (…) As pessoas vêem-no hoje como um homem crescido, mas em 1975 ele era um menino de 12 anos, que foi manipulado e coagido pela polícia, que o usou para nos colocar na prisão. (…) Quanto ao que respeita a esse homem, desejo-lhe o melhor. Não o odeio. Desejo que tenha uma boa vida.” Li isto ontem. Hoje, na Missa, rezei em especial pela justiça em Portugal, sobretudo pelos que têm que manter a mão firme para além de jogos de poder, e por todas as pessoas, para que sigamos o caminho de humanidade. Com a consciência do difícil caminho que o mundo percorre, acredito que podemos ser mais humanos.
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