Kalpana Chatterjee
[Homilia de hoje, cá em casa] “Vaidade das vaidades. Tudo é vaidade”. Pode-se ler este texto do livro de Eclesiastes de forma angustiada, vendo a vida como um ciclo que se repete sem esperança. Vaidade vem do latim vanitas, atis que significa vazio. Tudo é vazio? Sim, sem a esperança de algo mais a vida torna-se vazia. Uahhh… O drama, o desespero do vazio… o abismo. Ok, mas, deixando de lado a frieza desse drama do vazio, podemos dar o passo de o preencher. O útero está vazio… e em cada mês prepara-se para receber uma nova vida. Caso não aconteça, esvazia-se e retoma a preparação. De facto, por vezes é preciso esvaziar o que já não interessa para dar espaço a algo mais importante ou prioritário. Dando um salto, a ressurreição também começa a ser vivida pelo túmulo que está vazio… continha apenas o essencial para perceber que Cristo já não estava lá: as ligaduras que já não prendem e convidam a desprender as nossas. Tudo é vaidade, tudo é vazio, se se perde o encontro com o essencial.
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