quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

[Job 42, 1-6]



"Twilight Dreams of a Papilio Demouleus (5)" de Clang

(Versión en español en los comentarios)

Job respondeu ao Senhor e disse: «Sei que podes tudo e que nada te é impossível. Quem é que obscurece assim o desígnio divino, com palavras sem sentido? De facto, eu falei de coisas que não entendia, de maravilhas que superavam o meu saber. Eu dizia: 'Escuta-me, deixa-me falar! Vou interrogar-te e Tu me responderás.' Os meus ouvidos tinham ouvido falar de ti, mas agora vêem-te os meus próprios olhos. Por isso, retracto-me e consolo-me, cobrindo-me de pó e de cinza.»
No princípio buscava
o meu rosto no teu nome.
Calcorreando caminhos
de subidas e vales,
em silêncios do alto
e escuridão do abismo.
Em espelhos de pedra
tentava desenhar os meus contornos
pensando para mim conhecer-te
e não ter dúvidas.
E continuei, ainda assim,
a pôr estradas nesses passos.
Será que te encontrarei?
Na tempestade do deserto
perco a orientação:
mudam as questões ou intensificam-se.
Como o anoitecer
sem estrelas, 
escuto o silêncio
de uma nova abertura.
Tenho de esperar,
dar outro sentido à história.
Mesmo em razão:
Não esquecerei o caminho feito,
marcas das entranhas,
no chão desfeitas,
no coração delineadas
com o cinzel de carne.

2 comentários:

  1. [Job 42, 1-6]

    Job respondió al Señor, diciendo: Yo sé que tú lo puedes todo y que ningún proyecto es irrealizable para ti. Sí, yo hablaba sin entender, de maravillas que me sobrepasan y que ignoro. «Escucha, déjame hablar; yo te interrogaré y tú me instruirás». Yo te conocía sólo de oídas, pero ahora te han visto mis ojos. Por eso me retracto, y me consuelo en el polvo y la ceniza.

    En el principio buscaba
    mi rostro con tu nombre.

    Recorriendo caminos
    de subidas y valles,
    en silencios del alto
    y oscuridades del abismo.

    En espejos de piedra
    intentaba dibujar mis contornos
    pensando en mi conocerte
    y no tener dudas.

    Y he continuado, aún así,
    a poner estrada en esos pasos.

    ¿Será que te encontraré?

    En la tormenta del desierto
    pierdo la orientación:
    cambian las cuestiones o se intensifican.

    Como el anochecer,
    sin estrellas,
    escucho el silencio
    de una nueva apertura.

    Tengo que esperar,
    dar otro sentido a la historia.

    Mismo en razón:
    No olvidaré el camino hecho,
    marcas de las entrañas,
    en el suelo deshechas,
    en el corazón delineadas
    con cincel de carne.

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  2. "...a pôr estradas nesses passos"!

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