[Notas soltas ao lusco-fusco] Há momentos em que me sinto imensamente pequeno. E não é nada angustiante. Pelo contrário, há grande paz, como se fosse encontrando o lugar onde pousar o ser. É terra. Recordo há uns anos sentir-me volátil, quase etéreo. Desejar isso. Querer a todo o custo evadir-me. Hoje percebo como formas de fugas a dores, perguntas, travessias de feridas da existência. Hoje, com pés em terra, aprofundando raízes, atrevo-me à densidade do presente, permitindo cada vez mais dar nome a cada sensação. Além de libertador, abre mais um pouco a compreensão da complexidade de quem somos. Poeiras de Universo, diria Carl Sagan. Templos de Deus, diria S. Paulo. Meus Irmãos, disse Jesus. Isso tem-me aumentado a consciência da intensidade de cada gesto, do mais banal ao mais intenso, do mais sombrio ao mais luminoso. Apercebo-me mais fortemente, e dói que se farta, quando faço mal a alguém. Só o Bem é lugar de Vida. E percebo como só se pode crescer até ao tamanho de semente. Deixo que a noite me atravesse de novo amanhecer.
sexta-feira, 15 de julho de 2022
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário