quarta-feira, 11 de maio de 2022

Papoila


[Secção coisas de nada] Quando dou os meus breves passeios, vou observando os pormenores. Cada dia é diferente. Cada arbusto em cada dia é diferente. Cada árvore em cada dia é diferente. É o caminho da transformação, ao jeito de ciclos que renovam o ser mais pleno. Fiquei a observar a papoila. Já tinha passado por ela de manhã e não a vi. No pico de luz a cor era mais viva. Chamou-me. Quando estamos na sombra, não significa que não sejamos. Somos, num processo mais pessoal, mais de travessia e trabalho de encontro que deve de ser mais pleno com a nossa verdade. Quando vem a luz, continuamos a ser quem somos, despertando o sentido de presença. Ficamos mais descobertos. Mais expostos na luz. Se a aprendizagem da sombra foi bem feita, não há desajuste, desfoque, mas humildade. A flor simplesmente é. Apresenta a sua beleza. Nós, se estivermos centrados nesse lugar de humildade, apresentamos os dons que temos e somos, simplesmente, sem comparações, sem reacções, sem necessidades de afirmação, que levam a tantos conflitos. E desde esse lugar de verdade, em serenidade, contribuímos para a transformação do mundo, colaborando a pôr os dons a render. Em luz. Agradeci e segui caminho.


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