[Secção coisas de nada] Entre olhar o alto, como metáfora de infinito, também a olhar o baixo revela algo do imenso. A luz e a sombra apresentam sempre perspectivas diferente da mesma realidade. Se juntarmos cor, mais expansivo fica. É a beleza da complexidade. E se há coisa que me fascina é a complexidade do ser humano. A riqueza de escutar muitas pessoas ajuda-me a perceber uma transversalidade daquilo que nos é comum: todos somos atravessados de sentimentos, dores, sonhos, desejos, mistério, e transformados pelas relações. Depois a particularidade, marcada pelo tanto vivido por cada pessoa, em luz e sombra, ambas a pincelar as cores da existência. Por isso é que a escuta tem de ser livre de julgamentos, para perceber o concreto vivido dessa pessoa. A seguir, orienta-se para uma análise que permitirá a pessoa tomar um pouco mais consciência da riqueza de quem é, do que tem a manter e do que necessita libertar, abrindo-se à riqueza que os outros também são, sem exigir-lhes igualdade ou parecença. Tenho para mim que é assim que Deus nos vê: ricos de existência. E a terra avivada pela luz e pontilhada por cores torna-se lugar de oração sobre a beleza da complexidade humana.
sexta-feira, 20 de maio de 2022
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