domingo, 10 de abril de 2022

Domingo de Ramos


[Notas soltas em Domingo de Ramos] Quando olho uma nuvem a tapar o sol, sinto silêncio e suspensão de tempo. Ainda mais a iniciar esta Semana. Antes, em tempos idos, o Santo dos Santos estava coberto por um véu. Ainda é um pouco assim com o Mistério. Não se pode olhar directamente, como ao Sol. Não se pode olhar directamente para Deus. Ou não se podia. O rosto da Sarça Ardente ganhou carne em Jesus. Todos os Seus gestos e palavras estava direccionados para o amor. Até aos inimigos. Isso afrontou os poderes religiosos e políticos. Gostam de ter véus, como forma de reforçar o poder. Para si mesmos, entenda-se. Os outros que se subjuguem. E Deus dá-nos liberdade. No amor! Será sempre esse o lugar de verdadeira humanidade. E Jesus rasga todos os véus que nos impedem de ser divinos com Ele, sobretudo o maior de todos: a morte. O tempo suspende-se. No silêncio rezo: que bom seria se fôssemos capazes de rasgar mais um pouco o que nos impede de amar o próximo como a nós mesmos. A nuvem dissipar-se-ia e todos ficaríamos iluminados.

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