segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Mão de asa


[Secção coisas de nada] A rever fotografias passo por esta tirada diante de outra de Wolfgang Tillmans, em Serralves. Recordo-me em imaginações de momento: de braço esticado ao céu, ganhava asa. Agora ao vê-la novamente penso no pequeno que é imenso na continuidade do ser para lá da pele. Somos nós, quando percebemos a profundidade de mistério que nos habita. Tomar ainda mais consciência de ser criado à imagem e semelhança de Deus dá-me sentido de reverência, nessa extensão do todo que nos entranha a existência. É-nos concedido o poder de criar, de agir, de amar nas ténues fronteiras de bem e mal, morte e vida, ter e ser, unir e separar. No seguimento de nós, para lá da pele, seremos capazes de voar à medida que nos formos libertando da arrogância de pureza julgadora e enraizando na limpidez do gesto de amor ao próximo.


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