[Secção coisas de nada ainda em ecos de Pentecostes] Detenho-me muitas vezes a contemplar os troncos em geral. As rugosidades do tempo têm formas únicas e específicas e impressionam como pilares de sustentação das árvores. Apoiados pelas raízes, erguem-se ao alto deixando abrir os ramos onde, aludindo ao evangelho, as aves vêm abrigar os ninhos. Hoje olhava um de plátano. As manchas de cores assinalam o libertar da pele que já não interessa para ser revestido de algo novo. Vamos fazendo esse caminho de liberdade. A pele, lugar de tanta memória, é renovada a cada tempo. Ela mesma é fronteira da interioridade de tudo o que somos com a exterioridade de tudo com que nos podemos relacionar. O Espírito aos nos atravessar a pele com o fogo do amor, liberta-nos do caminho do medo, do que fomos acumulando em sensações de encontro, de dores, de elasticidade, de paixões, de brisas suaves que nos retornam à origem: o lugar do paraíso. É outra forma de dizer que através do Espírito podemos crescer na densidade que nos revela a árvore do cumprido e do não cumprido. Aquela da famosa proibição de comer do fruto. Porque precisamos de tanta aprendizagem da vida para termos esse conhecimento. Só o amor abre portas a isso. O amor do Espírito que habita a matéria. O amor uns pelos outros dando vida. Em peles renovadas e troncos revestidos de novidade: a luz própria de cada pessoa que fala livremente a linguagem do amor.
segunda-feira, 24 de maio de 2021
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