segunda-feira, 17 de maio de 2021

Fobias sociais


[Secção pensamentos soltos sobre fobias sociais] Escrevi há pouco um breve texto sobre gestão de emoções, em que falei de forma rápida, como breve texto que queria que fosse, sobre homofobia e o conflito Israel-Palestina. Escreveram-me, simpaticamente, a dizer que também como padre eu deveria ser mais explícito no combate à homofobia, já que acompanho tantas pessoas que sofrem desse flagelo. Ainda mais sendo este dia contra essa fobia em particular. 


Fobia significa medo. Medo do estranho, do desconhecido, do diferente, do que pode pôr em causa o que me é estrutural no pensamento. Os medos tem o seu quê de instintivo, como forma de sobrevivência. Há medos bons. Mas, há medos tremendamente negativos: todos os que provocam rejeição humana. A homofobia é um deles. E faz tanto mal, ao ponto de matar, na dignidade e literalmente. Grande parte das fobias sociais, em particular a  homofobia, são reacções de defesa. A quem tem essas reacções deveria perguntar-se: tem medo de quê, afinal? Sim, de quê? De uma orientação mal resolvida na sua própria pessoa? De não querer aceitar alguém próximo a ser quem é? De perder a sua noção de mundo a preto e branco? 


O trabalho pessoal de libertação de fobias é exigente. Reconheço. Mas, o primeiro passo, que em humanidade nem deve ser considerado, não é anular o outro. É o de buscar ajuda para perceber a raíz da fobia e abrir horizontes de pensamento. A complexidade do ser humano é tal que qualquer pensamento é curto para a abarcar. Ainda assim, essa pequenez pode ser lugar de humildade e permitir, em caso de dúvida, caminho de conhecer a pessoa no seu todo. Aos poucos, o medo dissolve-se dando lugar ao respeito, ao cuidado e à defesa dos direitos humanos. E todos ganhamos e crescemos em humanidade. 


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