[Secção pensamentos soltos] Há uns anos fui a um congresso a Barcelona. Passei pela belíssima Igreja de Santa Maria Del Mar, onde Sto. Inácio de Loiola ia pedir esmolas. Nessa zona, na pequena capela lateral, foi colocada uma estátua de Inácio nesse gesto para (sobre)viver. Aí fiquei um pouco em silêncio.
A Quaresma é tempo de silêncio. Tantos santos, conhecidos e desconhecidos, canonizados ou não, encontraram-se a si mesmos e a Deus pela exigente experiência do silêncio. Naquele tempo não havia ruído tecnológico e informativo. Ainda assim, os movimentos interiores, pelos sentimentos, emoções, desejos, sonhos, estavam presentes na vida. O silêncio torna-se o tempo e espaço de escuta de tudo isso. Limpar os ruídos, escutar o sentir, entre memórias e imagens, abre oportunidade de perceber quem se é e o seu contributo na dádiva de si ao mundo. Sim, para os crentes, é caminho de escuta da vontade de Deus para nós desde a nossa vida concreta.
O silêncio, bem vivido e orientado, é fundamental para a consciência da importância de quem somos e a que somos chamados. Por outras palavras, o respeito por nós próprios através do espaço e tempo que nos dedicamos, de modo a ir percebendo a vocação a colaborar por um mundo melhor.
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