Pedro Leite
[Coisas na vida de um padre] Quando falo, em homilias, formações, encontros, entrevistas e mesmo a escrever por estes lados, faço um grande exercício de ser o mais coerente possível. Tem sido uma aprendizagem ao longo dos anos como jesuíta e padre. Recordo as vezes que queria claramente agradar ou forçar a uma forma diferente de estar em Igreja. Tem-me ajudado muito a escuta, o observar, tanto o meu interior como o que me rodeia, levando tudo à oração, para viver a sensatez e a ponderação ante a realidade. Nem sempre consigo. Inspira-me a coerência de Jesus. Os Seus gestos e palavras são plenos de autenticidade. O amor que vive ao Pai é o mesmo que quer transmitir, tornar presente, no coração de cada pessoa. Estar num púlpito torna-se exercício de Paixão: deixar morrer a tentação de superioridade, permitindo a ressurreição da fraternidade. Ter consciência do poder que temos de ligar ou desligar o céu da terra é fundamental para a humildade no que há a dizer ou fazer. Por isso, antes de começar algo faço uma breve oração, rectificando a minha intenção: “Senhor, que as minhas palavras e acções sejam para Ti e não para mim.” Continuo em caminho de aprendizagem.
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