segunda-feira, 8 de junho de 2020

Simbolismos




[Secção pensamentos soltos sobre o simbólico] Olhei para esta nuvem e recordei os desenhos animados da minha infância sobre uns duendes, com chapéu de cone. Cumprimentavam-se a esfregar os narizes uns nos outros. Gostava tanto que, quando ia visitar os meus avós a Marmelete, procurava-os pelo campo. Duendes e fadas. Sempre acreditei na sua existência.

O mundo da fantasia é caminho de encontro com o simbólico. Estabelecer relações com mundos fantásticos ajuda a criança a sentir-se segura e abrir horizontes de criatividade. Também mais tarde, como adultos, necessitamos do simbólico para estruturar as nossas relações com a realidade, de modo a combater fantasmas pessoais e sociais. O que vi hoje é só uma nuvem, mas a minha memória e criatividade fizeram dela um rosto de duende simpático.

Quando se rasga uma fotografia, se deita uma estátua abaixo, coloca-se uma aliança, atribui-se um sentido simbólico de uma realidade que se quer transformar. Às vezes, é apenas contemplação, como a nuvem, outras vezes, são marcas de vida, com implicações sérias na responsabilidade dos actos. O simbólico tem características de união. Fico a pensar que o respeito, o cuidado e o sentido do outro está a pedir atenção, para que não se perca humanidade nos gestos e nas palavras.

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