[Secção pensamentos soltos em 1.º de Maio sobre LGTBI] Desde ontem que circula a notícia da ajuda do Papa Francisco a mulheres transexuais em situação precária a residir nas periferias de Roma. O que o Papa tenta ser discreto nas suas ajudas, mas as pessoas de tão agradecidas revelam os gestos. As mulheres, algumas prostitutas, estão em situação limite de pobreza. Apelaram ao Papa, e Francisco, ao jeito do “escutei o clamor do meu povo”, atendeu. Torna-se notícia por serem mulheres transexuais. Nos comentários, encontram-se desde os maiores louvores até ao que eu gostaria que fosse inexistente, de tão baixo e vil, ainda mais por pessoas que se dizem crentes em Deus, em Jesus. Infelizmente o mundo real, em particular religioso, ainda está marcado por muita falta de amor.
A justiça social apela ao cuidado e respeito, em especial às pessoas marginalizadas. Jesus, para quem se interessa em querer realmente ler e escutar o Evangelho, é considerado um marginal, a nível político, social, religioso e existencial. Toda a Sua vida é um convite a atravessar da margem das categorias e rótulos para a do amor. A transexualidade e a homossexualidade não são caprichos, nem opções ou doenças, mas ainda são corridas a prejuízos incríveis a ponto de serem, no extremo, causa de morte. Em contexto religioso, particularmente cristão, considero inadmissível que se violente alguém. Faz parte das obras de misericórdia acolher quem está em sofrimento, independentemente da sua condição.
Ansiamos que se abram as igrejas. Sim, que bom poder haver espaço de encontro em assembleia que ajude a compreender o outro na profundidade do amor. Também estou desejoso de poder celebrar e dar a comunhão. Mas, mais desejoso estou de que essa comunhão seja para que haja conversão de corações e todos nos possamos respeitar cada vez mais. Enquanto cristãos, que a nossa marca, o nosso testemunho, a nossa imagem sejam, à semelhança do Ressuscitado, o do acolhimento e da Vida.
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