segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Pressa(s)



[Secção coisas de nada] Tirei esta fotografia sem querer. Ao vê-la, nem sei porquê, lembrei-me dos primeiros tempos de internet. Até que uma página abrisse, dava para ir preparar o lanche, comer, e ainda estava à espera. Tranquilo. Hoje, caso demore alguns milésimos de segundos, começa a brotar a agitação, os nervos, o stress, “ahhhhhhhhhhhhhhh”. D-E-S-E-S-P-E-R-O! É curioso como a tecnologia foi alterando o modo como nos ajustamos ao tempo. A rapidez da recepção/envio transforma-se em rapidez de vida. Reconheço que para muito é maravilhoso. No entanto, na existência é preciso diminuir a(s) pressa(s). Dar tempo para saborear, para que se consiga distinguir realidades a manter e a separar. Por vezes, surge a exigência de sermos produtos acabados e perfeitos. Pois, não somos nem produtos, nem acabados, nem perfeitos. Estamos assim, desfocados e desajustados. Então, dar tempo, dar-se tempo de caminho, significa ir conhecendo a existência nas luzes e nas sombras até chegar a esse momento em que tudo será ajustado na profunda colaboração de vida uns com os outros. 

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