[Secção pensamentos soltos] Estes dias particulares são dados a retrospectivas e desejos. Em mim, ainda ecoam os efeitos do Natal. Faz-me cada vez mais confusão o modo acelerado com que tudo se vive. Parece que se cumprem dias, momentos, encontros, ao jeito de check-list, e já está, já passou, já foi. Será mesmo? Sim, se se ficar por um cumprimento da realidade sem a saborear, impedindo que a mesma nos abra caminho de crescimento. Nas relações, nos acontecimentos, como na fé, se não se aprofunda, fica tudo numa passagem superficial. Até sou capaz de dizer as palavras bonitas e os gestos “natalícios” e dar muitos presentes. Mas, como dar tempo para prolongar esses efeitos, o sentido do que significa presentear(-me) e ser presenteado? Como dar tempo para torná-los vida para além desta época, em acções que me ajudem a aprofundar o meu Ser de amor ao próximo como a mim mesmo? Não sei o que o próximo ano me reserva. Assim sentia há um ano. No entanto, quando olho para trás sinto muito agradecimento a Deus e a tantas pessoas, em conjunto com a vivência de lutos inesperados. Talvez por isso, este sentimento crescendo de amar a luz e a sombra, aprendendo com tudo. Não é nada fácil. Pelo contrário, é tal a exigência que impele-me a um cada vez maior silêncio para perceber esse Amar tudo. Assim, a olhar para o infinito que tenho diante, quero continuar este caminho de Amar, entre o conhecido e o desconhecido, e assim deixar que a fé vá ficando cada vaz mais do tamanho de um grão de mostarda. E, no que me for permitido, continuar a ajudar as pessoas a serem profundamente livres e felizes nos seus caminhos de Vida.
P.S - são “pensamentos soltos” sem que sejam ainda os votos de Bom Ano. [Foto: Suzanne Rodrigues]
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