quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Em dia de Todos os Santos



[Secção pensamentos soltos em dia de Todos os Santos] Este, para mim, é um dia de memórias e de sonhos. Também do presente, no seu sentido de extraordinário quotidiano. Memória de histórias vividas por homens e mulheres, uns oficialmente canonizados outros oficiosamente no coração de cada um de nós, que buscaram a autenticidade de si mesmos em relação com Deus. No gesto e na oração, abraçaram o melhor do cuidado do amor. Mesmo sem quererem, tornam-se exemplo ou inspiração, não a imitar mas a desvelar o melhor de nós. Daí, dia de sonhos. Possibilidade de abertura ao desejo de transformação ou conversão, onde os véus do que nos impede a luz do caminho, verdade e vida vão-se rasgando e caindo, permitindo ver o sentido de uma entrega maior. Não se trata de busca de perfeição desumana, mas de corpo vivo que se vai ajustando à realidade concreta: pessoal e social. O corpo ajustado não se acomoda. O corpo ajustado integra a comunidade de quem quer viver a plenitude do amor. Por vezes, gostaria que isto acontecesse num ápice. Mas, é preciso tempo e silêncio para perceber que tal acontece muitas vezes na subtileza diária, no modo como falo, dou atenção, vejo, escuto, ensino, celebro, escrevo, leio, reconheço a luz e a sombra, amo, vivo. A transformação total é coisa de filmes de heróis. A conversão à santidade é algo de quotidiano. Com passos extraordinários, certo, mas de quotidiano, onde o reconhecer do que é importante e absoluto não reside em coisas, mas na beleza da autenticidade dos pequenos gestos de amor comigo e com os outros. Isso pode ser difícil, mas não impossível. Em dia de Todos os Santos, dependendo da vida que cada um ou cada uma possa estar a passar, haja Luz de Deus no amanhecer, no entardecer e no anoitecer... permitindo o nascimento de algo novo.

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