[Auto-retrato com pensamento solto em dia da Assunção de Maria] A água estava cristalina, em temperatura que pede, tal como as reflexões de vida, calma a entrar. Observei o entrecruzar de luz e de sombra provocado pelas suaves ondas. Vi a minha própria sombra a desvanecer-se entre as luzes. Tal como o pensamento. Pensar exige fluidez de luz e sombra, onde se misturam a dúvida e a clarividência de resposta. Ainda assim, no cauto coração aberto a receber a possível nova perspectiva que humanize. No dia de hoje, surgem as palavras de Maria, em momento de agitação: Faça-se. A Palavra naquele caso, evocando a voz divina que soou pela primeira vez a criar a Luz. Logo de seguida, no desconhecido dos primeiros tempos calcorreou montes e confirmando a fertilidade de Isabel grita os poderosos derrotados e os humildes exaltados. O poder que aniquila será sempre sombrio. Somente os que se atrevem a conhecer a profundidade do húmus interno, pessoal, feito carne, perceberão a luz que emana do respeito, do amor e da misericórdia. E isso pede tempo e silêncio, também a contemplar a sombra desvanecer-se na luz.
quarta-feira, 15 de agosto de 2018
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