Alexandros Avramidis/Reuters
[Secção pensamentos soltos em dia de S. José e dia do pai] José vive durante a noite a sua Anunciação. Aquele sonho transmitiu luz na grande confusão da vida do homem de que não se conhece a voz. As suas palavras omitidas em texto bíblicos são repletas de gestos, em atitude de confiança e acolhimento do mistério da criança que será portadora de mudança na humanidade. Ser pai tem esse lado de mistério. Tudo muda. Tudo, mas tudo, muda. Mais do que ter um filho ou uma filha, transforma-se a essência: torna-se pai. Em mudez de palavras, sem viver o lado interno da gestação de alguém, simbolicamente é a força da protecção. A noite ganha laivos de dia no acompanhar do crescimento do novo ser. Também na maternidade. Isto de não haver na humanidade blocos ou de cor ou de branco ou preto, faz-me pensar nas milhares de mulheres que tiveram também de ser pai. Ou nos pais que tiveram também de ser mãe. Cada um de nós é fruto da relação, seja qual for. No entanto, felizmente, não é imutável em caso de tristeza ou de desilusão sobre a figura paterna. Aprende-se muito com a presença e há que agradecer, e muito, os “melhores pais do mundo”. Igualmente se aprende, mesmo que com inevitável dureza, com a ausência, sobretudo quando esses pais são o invés da segurança depositada ou esperada. Seja como for, se cada um de nós aqui está e é, tal deve-se aos progenitores que, com mais ou menos amor, nos deram existência. Para quem este dia é de alegria e reconhecimento pelo pai que tem, é de agradecer. Para quem este dia possa trazer recordações mais tristes, também é de agradecer, por exemplo, a possibilidade de não dar continuidade à tristeza, à dor, mas à certeza de que o amor de Deus Pai (e dos padrinhos, igualmente reveladores de paternidade) nunca abandona. A Anunciação a José deu-se à noite, recebendo luz que lhe permitiu, apesar de toda a confusão de sentimentos, ir-se abrindo ao mistério de amar em paternidade.
E verdade que os padrinhos, quando assumem verdadeiramente a sua "tarefa", podem ter um papel fundamental na vida dos afilhados, quer na sua educação, quer no estabelecimento de "pontes" entre pais e filhos, quando a comunicação entre ambos fica, por vezes, difícil. Bem hajam!
ResponderEliminarMesmo!! Obrigado.
EliminarApesar de já não ter o meu pai ao meu lado as recordações que guardo no meu coração são todas muito felizes de um pai sempre presente, muito afetuoso e alegre.. Tristeza e saudade só por ter partido já a tanto tempo. Onde quer que estejas pai um abraço de saudade. Obrigado por me ajudar a reflectir padre Paulo. Abraço para si.
ResponderEliminarObrigado. Abraço para si, Elvira.
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