terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Crime de mutilação




Ajay Verma

[Secção coisas de corpo] 80. Pelo menos! 80 mulheres, segundo dados da Unicef, foram genitalmente mutiladas em Portugal no ano que passou. É muito. Deveria ser nenhuma, tanto em Portugal, como no mundo, em que se chega a cerca de 2 milhões por ano a serem mutiladas. A notícia praticamente passa desapercebida. A dor física e de dignidade é inexplicável. Ainda há muito a educar sobre o corpo, no qual se inclui o prazer. Não se trata de promoção de hedonismo, mas de dignidade humana. O prazer, o deleite, a satisfação, fazem parte do saborear da vida. Inclui-se o sexual. Em muitas culturas continua a haver medo do corpo e do que esse prazer pode provocar de emancipação feminina. A educação pelo respeito, tanto da mulher, como do homem, também passa pelo saber viver o prazer natural da vida. Como cristão, acredito na divindade presente em toda a carne humana graças ao mistério da encarnação. Quem mutila ou promove a mutilação, física e/ou psicológica, atenta criminosamente contra a humanidade. 

http://observador.pt/2018/02/05/unicef-alerta-para-80-casos-de-mutilacao-genital-feminina-em-portugal-num-ano/


8 comentários:

  1. Anónimo23:03

    Obrigado pela boa partilha.Infelizmente tão real.
    Boa noite

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  2. Realidade tão triste, tão revoltante. Há coisas que não dá para entender e esta é claramente uma delas

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    1. Mesmo! Daí a importância da educação, para que estas realidades diminuam.

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  3. Anónimo17:57

    Que culturas tão pobres e deprimentes nem parece que estamos no sec.XXI com tanta informação gratuita a toda a hora.Sou mulher e esta realidade assusta-me;todos os que fazem essas barbaridades deviam ser bem penalizados. Obrigado pelas suas publicações P.Paulo.

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    1. É mais complexo que parece. Enfim, haja caminho de humanização.

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  4. Sinto uma tristeza enorme. Há vários anos passou uma reportagem acerca desse assunto: ficou-me retida a imagem de uma menina de 4/5 anos a chorar com toda a força dos seus pulmões, enquanto lhe cortavam o clitóris e depois davam umas palmadinhas com água quente. Mais tarde uma negra tornou-se a "bandeira" contra essa mutilação, fazendo uma cirurgia reconstrutiva e sendo famosa como modelo. Mas as tradições falam tão alto, a ignorância fala tão alto...

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    1. Não sei se será a mesma, mas também vi uma reportagem gritante de desumanidade na tradição.

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