Melissa Cormican
[Coisas na vida de um padre em quotidiano escolar] Passava por um corredor. Olhei para uma sala. Alguém escondia as lágrimas com o capuz. Aproximei-me.
- Quer falar?
Meneou a cabeça em negação.
- Daqui a pouco começam a chegar os seus colegas. Venha comigo.
Fomos para o meu gabinete. Acendi a vela e sentámo-nos. As lágrimas continuavam.
- Não precisa dizer nada, nem retrair as lágrimas. Tome o seu tempo.
Enquanto eu falava, mais lágrimas caiam. Densas, de quem já as guardava há muito. Não sei quanto tempo passou. Apenas estávamos, em silenciosa presença e na certeza de que não ficaria só. Há lágrimas que não querem palavras, apenas companhia. Ao ver a calma a estabilizar:
- Quer ficar mais um pouco?
- Já posso ir. Obrigado.
Tirou o capuz, demos um abraço e voltou para a aula.
- Não precisa dizer nada, nem retrair as lágrimas. Tome o seu tempo.
Enquanto eu falava, mais lágrimas caiam. Densas, de quem já as guardava há muito. Não sei quanto tempo passou. Apenas estávamos, em silenciosa presença e na certeza de que não ficaria só. Há lágrimas que não querem palavras, apenas companhia. Ao ver a calma a estabilizar:
- Quer ficar mais um pouco?
- Já posso ir. Obrigado.
Tirou o capuz, demos um abraço e voltou para a aula.
"Há lágrimas que não querem palavras, apenas companhia."
ResponderEliminarÉ mesmo isso, Padre Paulo.
Abraço, Lua.
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