Tomasz Solinski
[Secção coisas na vida de um padre] Ontem presidi a Missa vespertina na comunidade de um grande amigo. Partilhei a pergunta que me faço em cada início de advento: como viver este advento de modo a que o Natal não seja mais um no calendário? O Natal, sabemos, tanto tem de mágico, maravilhoso, e tal, como de terrível, onde muitas pessoas avizinham sofrimento, em especial, por questões familiares. Assim, o disse também: que fazer para que este Natal seja possibilidade de reconciliação? No final da Missa, vêm ter comigo umas quatro ou cinco pessoas, uma delas bastante emocionada.
- Padre, as suas palavras tocaram-me fundo. Sabe, tenho três filhos. O mais novo pediu-me a escritura do apartamento para pagar umas dívidas. Disse-lhe: “filho, e com 82 anos que faço? Vou viver na rua?”. Deixou de me falar. Ao ouvi-lo na pregação, senti tão forte a mão de Deus e pensei: “vou telefonar ao meu filho.”
- Agradeço por partilhar comigo. Faça o que pode. Se sente que deve ligar, ligue. Se ele não responder, sabe que fez o que teve ao seu alcance.
- Obrigado, Padre. Vamos ver. Que Deus nos ajude.
Passado uma hora, estando de conversa com o meu amigo, ele recebe uma chamada.
- …sim, até está aqui ao meu lado… …ahh, que bom… …que alegria… Obrigado por partilhar. Abraço Grande. Bendito seja Deus. [Desliga e olha-me com um grande sorriso.] Foi alguém falar contigo no final da Missa com dificuldades de relação com um filho? Pois, era ele ao telefone. Queria que te dissesse que depois de sair da Missa, encontrou-se com o filho à porta do supermercado. 6 meses depois, encontraram-se. O filho disse-lhe que já andava para telefonar há tempos, mas não se sentia com coragem. Encontraram-se hoje, deram um abraço e o filho pediu-lhe desculpa pela atitude e combinaram conversar. Haja Deus!
- Haja Deus!
Senti o verdadeiro sentido de Natal a acontecer mais uma vez.
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