quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Ser santo



[Coisas na vida de um padre - texto repescado de há 3 anos e adaptado] Regressava da Missa. No metro, claro está [eu e o metro, com tantas histórias]. Vinha a pensar na santidade, nisto de ser santo. Apercebi-me que estava a ser modelo de “sketching”. Aquele olhar típico em subida e descida, acompanhando a caneta no movimento de registo. Não resisti à curiosidade e fui espreitar. Pedi para fotografar. A minha imagem, em conjunto com a de outras pessoas, desenhadas pelas mãos da Milly, deve ainda estar por terras da Noruega. Seguindo viagem, continuei nos pensamentos: Até que ponto a santidade não será o deixar-se ser modelo de Bem para alguém? E, no fundo, permitir que esse testemunho vá pelo mundo fora? Parece-me que, para isso, há que desejar ser santo. Eu quero continuar a sê-lo cada vez mais. Não pela auréola, altar ou ar cândido, mas pela certeza da conversão, de, apesar dos medos ou dúvidas ou pecados, deixar-me transformar em direcção do amor e da justiça. Sim, quero ser santo e quero fazer milagres, dos que aliviam penas e dores, ao jeito de Deus que ama e faz sorrir pelo seu humor, que serena o coração e acolhe. Há 3 anos, regressava da Missa, no metro, e vinha a pensar nisto de ser santo. Pensamento que ainda continua. 

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